quarta-feira, 22 de abril de 2015

De onde viemos - Arquitetura - Do Neolítico ao Românico

Casa de palafitas de assentamentos nos arredores dos Alpes - construídas há cerca de
 5000 à 500 AC nas margens de lagos, rios ou zonas úmidas - Neolítico.
O homem vive em repetidos ciclos, dentro da história das civilizações, que imperceptivelmente se repetem e avançam de acordo com o seu modo de viver. Estas movimentações tem reflexos imediatos na forma de morar e fazer arte. De se manifestar, através da arte, enquanto ser livre.
Observando a senoide da linha do tempo histórico, sob a ótica das tendências artísticas, mais precisamente - da arquitetura, ficamos quase hipnotizados ao percebemos e, muitas vezes, passa desapercebido.
A arte de morar e fazer sua arquitetura, através da História da Arte das civilizações - de maneira resumida.

Conversando sobre História da Arte e a Arquitetura...

Paleolítico

No paleolítico, o homem ocupava abrigos naturais por segurança  e para se abrigar das intempéries. Não se fixavam em algum lugar por muito tempo. Rumava para onde tinha caça e comida - era coletor. Não construía e se apropriava do meio como ser que pertencia ao meio, sem alterá-lo. Deixou sua marca nos abrigos. Desenhos firmes, realistas, com profundidades. Seu tempo está inserido mais ou menos entre 2,5 milhões a.C até 8 mil a.C.
Caverna Lascaux.
Neolítico

A primeira grande revolução na História da humanidade ocorre neste período. Algumas tribos observaram o meio e resolveram se fixar, deixando de ser nômades. Iniciaram a prática da agricultura e da pecuária. Com esta prática tiveram contato e aprenderam a abstrair. Surgiu a religião a partir do temor às forças invisíveis da natureza. Seus primeiros deuses foram deuses da natureza.
Os primeiros materiais na arquiteturas foram: pedras e  vegetação. Surgem as palafitas, o embrião da casa enxaimel e os megalíticos. Foram encontradas vilas de palafitas submersas que datam desta época. Os megalíticos construídos com pedras,  são imperecíveis e alguns ainda restam na paisagem de vários locais do planeta.
Os monumentos megalíticos – São enormes construções de pedra, rusticamente acabadas que assumem formas e disposições diversas e recebem as denominações de:

Menhires (palavra originária do celta) - São grande blocos de pedra erguidos verticalmente. Estes serão evoluídos em outros períodos de tempo - na  arquitetura de povos futuros.
Menhires de Callanish - Ilha de Lews - Escócia.
Alinhamentos -São Menhires enfileirados – regulamente espaçados e, às vezes por extensão considerável.
Rochas de Carnac - alinhamento de 3000 megalíticos - erguidos
 na Bretanha - França - 2 mil a.C.
Cromleque - São Menhires dispostos em círculos, algumas vezes centralizados por outro de maiores proporções.
 Cromleque Stonehenge - 2600 - 2000AC
Salisbury - Condado Wiltshire - Inglaterra.
Dólmen - São formados de duas pedras verticais que sustentam uma terceira, colocada horizontalmente. Unindo-se, forma, em algumas ocasiões, galerias cobertas, que chegam a 20 metros de extensão. Espacialização partir da disposição de blocos de pedras. 
Madelaine - França .
Neste mesmo período já faziam arquitetura com alto grau de sofisticação no Egito Antigo e na Mesopotâmia a partir da fixação de tribos nômades que se fixaram às margens de grandes rios, responsáveis pelas terras férteis às suas margens a partir de suas periódicas inundações.

Arquitetura Egípcia

Entre tantas coisas, os egípcios se apropriam do megalíticos construídos no período Neolítico e lhes dão graça e nobreza a partir da estilização de flores e palmeiras. Criam as colunas a partir dos elementos megalíticospedra verticais. Os grande blocos verticais neolíticos recebem elementos como fuste, capitéis e base. Surgem as colunas: Palmiforme (inspirada na palmeira), Papiriforme (Flores de pairo) e Lotiforme (Flor de lótus). 
Colunas egípcias  - mesma técnica construtiva do megalíticos, porém
 com decorativismo - estilizando flores - lótus fechada.
As colunas egípcias são resultados de um processo evolutivo da arquitetura a partir dos megalíticos, contando com a presença do decorativismo. 
Criaram adornos inspirados na paisagem do Egito, como por exemplo, escultura em grandes blocos de granito, pedras, estilizando flores e palmeiras com a função de coluna. 
Do simples megalítico, surge o elemento arquitetônico cheio de conteúdo para suportar elementos horizontais e o peso de uma estrutura que passou a denominar pilar e seria repetido nos períodos dentro da cultura de construir de outros povos, com suas próprias identidades.



Arquitetura mesopotâmica

Os povos mesopotâmicos são as civilizações que se desenvolveram na área das terras férteis localizadas entre os rios Tigres e Eufrates. O solo da Mesopotâmia proporcionava o barro para o adobe, material de construção mais importante desta civilização que vivia em região desprovida de pedras. Os mesopotâmicos também fizeram a cozedura da argila para obter terracota, com a qual fizeram cerâmica. Adobe era o tijolo seco ao sol que substituía a pedra. A cerâmica, usada no azulejo vitrificado, inventado por estes povos para minimizar e impedir a umidade no interior das edificações, quase sempre localizadas às margens do rio.
Adobes











Edificação construída com adobes


Painel revestidos com azulejos vitrificados com alto relevo - arte.
A arquitetura da Mesopotâmia empregou nos seus estágios iniciais tijolos de barro cozido, maleáveis, mas pouco resistentes, o que explica o alto grau de desgaste das construções encontradas. 
As obras mais representativas da construção na Mesopotâmia - os zigurates ou templos em forma de torre e pirâmide porém com a presença de espécies de degraus - são da época dos primeiros povos sumérios e sua forma foi mantida sem alteração pelos assírios - cronologicamente - último dos povos da mesopotâmia.
Desenho do Zigurate de Ur - Dedicado ao deus Nanar
Portão de Ishtar - Totalmente revestido de azulejos azuis e com a presença de alto relevo de figuras de animais. Observar a presença do arco  cintra ou meia volta - uma das característica da arquitetura românica da Europa, séculos mais tarde.
Povos da Mesopotâmia e sua contribuição
Suméria 4000 AC
Povo que se destacou na história pela produção de um complexo sistema de controle da água dos rios, com canais de irrigação, barragens e diques. Também contribuíram desenvolvendo a escrita cuneiforme, por volta de 4.000 AC. Os sumérios eram excelentes arquitetos e construtores - desenvolver os zigurates, construções em formato de pirâmide que armazenavam os produtos agrícolas e também eram usados como templos religiosos.
Gudea, um dos governantes que controlaram
 a cidade sumeriana de Lagash.
Acádios 2550AC
Sargão da Acádia (acádios).
Tribo  nômade (Neolítico) oriunda do deserto da Síria. Os acádios chegaram à Mesopotâmia por volta de 2550 AC - enquanto este território estava dominado pelos sumérios. 
Entretanto, a guerra entre os sumérios para a permanência no poder acabou dando espaço para que a conquista acadiana da Mesopotâmia tivesse êxito. Esses dois povos, de culturas similares, acabaram se unificando para formar o I Império Mesopotâmico.

Assírios 1000 e 612 AC
Ficaram conhecidos na história pela organização e desenvolvimento militar, pois encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. 

Babilônios 612 -539 AC
Cidade Babilônica.
Com as suas cidades construídas às margens do rio Eufrates, os babilônios foram responsáveis pelo primeiro código de leis conhecidos até então. Baseado nas Leis de Talião (olho por olho, dente por dente) o Imperador Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis para organizar e controlar a sociedade. Conhecido como Código de Hamurabi. 
Detalhes da parede de uma edificação babilônica.
A lei determinava que todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao crime cometido. 
O Imperador Nabucodonosor II foi o responsável pela construção dos famosos jardins suspensos da Babilônia e a Torre de Babel.
Contam que os zigurates eram montanhas sagradas construídas com adobes, pois a região era desprovida de um local naturalmente mais elevado o isolamento e local de oração e maior contato com o divino. 
Também nestes locais sagrados, guardavam parte da colheita de grãos.

Código de Hamurabi.
Movimentações a partir da Mesopotâmia em direção ao ocidente através de domínios.
Observar a Ilha de Chipre - Porta da Grécia - caminho para Roma - Europa - sob ponto de vista histórico.
Aquemênida 550 – 330AC
A arquitetura monumental aquemênida retomou as formas babilônicas e assírias com a monumentalidade egípcia e o dinamismo grego. Os primeiros palácios de Pasárgada, de Ciro, o Grande (559 a.C. - 530 AC), possuíam salas de fileira dupla de colunas acaneladas com capitéis em forma de cabeça de touro, de influência jônica.

Arte Paleocristã - até 500 DC

O Egito foi dominado pelos assírios e árabes e Roma tornou-se o Grande Império, dominando grande parte do território europeu. Surgiu a nova Religião - Cristianismo.
Do surgimento da nova religião cristã até o século V - ficou conhecido como período da Arte Paleocristã.
Neste período, os adeptos da nova religião faziam seus cultos escondidos e eram sepultados nas catacumbas - Cavernas nos arredores da grande metrópole da época - Roma. Eram perseguidos pelas autoridades romanas como contraventores e muitas vezes eram mortos e faziam parte do espetáculo do circo romano e animais selvagens. Viviam escondidos.

Catacumbas
Eram os cemitérios subterrâneos, onde foram sepultados os primeiros cristãos. O termo catacumba para designar os cemitérios cristão subterrâneos foi inspirado em uma das tumbas mais conhecidas e visitadas de RomaTumba de São Sebastião ad Catacumba
O cristianismo foi durante este período, uma das únicas religiões a fazer seus cultos em locais fechados. As demais religiões, oravam ao ar livre e quem tinha acesso ao templo eram somente os sacerdotes.
Nos primeiros séculos da história do cristianismo as missas eram celebradas nas catacumbas – então também era um TemploPor isto, recebiam adornos e pinturas murais com detalhes estéticos além do estrutural na arquitetura subterrânea. Detalhes imitados dos templos pagãos greco-romanos.

Fase Cristã Primitiva

De perseguidos,  os cristãos passaram a ser perseguidores. Todos aqueles que não fossem cristãos eram denominados pagãos e excluídos. Muitos foram mortos na inquisição. Surgiram as Cruzadas que interferiram nas configurações das cidades da Europa medieval, após a invasão bárbara. O Imperador do grande Império Romano se converte ao cristianismo. Grandes reflexos na Arquitetura, principalmente na religiosa.
A Fase Cristã Primitiva é a fase posterior ao reconhecimento da religião cristã – Quando os cristãos deixaram de ser perseguidos e o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano – Denominando-se então Sacro Império Romano. A Igreja e o Estado era uma coisa só.
A Arte desta fase é denominada Arte Cristã Primitiva e seu período está entre os anos de 330 e 500 d.C.
Foram iniciada a construção de inúmeras igrejas. As catacumbas forma abandonadas.
O templo cristão será diferente do templo pagão. 
O templo grego e depois o romano - era somente a morada da divindade, pois os fiéis não penetravam nele e os sacrifícios eram feitos em um altar situado no pátio frontal. Sua maior beleza estava no lado externo
Existia para ser contemplado e admirado e não utilizado pelo fiel. 























O Templo Cristão – ao contrário do grego, destina-se a reunir grandes assembleias de crentes no seu interior. É preciso disponibilizar grandes espaços com uma atmosfera mística adequada ao sentido transcendente da nova religião.
Logo que se converteu, Constantino - Imperador de Roma, determinou a construção de templos em Roma e em Jerusalém. Surgem as primeiras basílicas cristãs, inspiradas nas Basílicas Civil de Roma
A origem da basílica de Roma é grega. É uma adaptação da ágora, onde as pessoas se reuniam para filosofar, falar de políticas, julgamentos, negócios e feiras. Um lugar público. Os romanos resolveram fazer uma cobertura nesse espaço aberto – que tanto apreciavam os gregos.
A basílica era um edifício grande e oblongo, geralmente  composto por uma nave central, duas colaterais e uma ou mais absides. As naves laterais são mais baixas, por forma a não obstruir as janelas altas (clerestório) na parte superior da nave central. Numa posição bem visível, ao fundo, estava a tribuna que mais tarde seria adaptada transformando-se no altar e no púlpito do culto cristão.
Basílica de São Pedro de Roma - o teto era de madeira - 
por isto muito susceptível a incêndios.
Basílica Civil de Roma.




















A planta da primitiva basílica cristã era a adaptação da planta da basílica civil de romana, que cumpria a um só tempo, as finalidades de tribunal, mercado e cartório.
Basílica Civil de Roma.






















Com o passar do tempo, próximo ao período das artes românica, ocorreu modificações na planta da igreja e na forma da igreja – “basílica”. 
O transepto amplia para os lados, dando-lhe a forma de uma cruz latina de braços desiguais. 
No cruzamento do transepto com a nave central, os arquitetos românicos levantam muitas vezes uma torre e, mais tarde, os renascentistas e barrocos colocam uma cúpula.
Esta tipologia de igreja predomina na tipologia ocidental, até o surgimento das formas pré-românticas. 
beleza do interior dessas antigas e grandes basílicas cristãs primitivas, não está apenas nas decorações murais, quase sempre feitas de mosaicos coloridos ou entre outros atributos decorativos e estéticos, mas estava nas proporções espaciais.

Para ler mais sobre - Clicar sobre: Retângulo Áureo

Os construtores deste período adotavam as regras e princípios de proporções da arquitetura grega clássica.- proporções áureas.
A técnica construtiva era a mesma usada pelor gregos e pelos romanos.

Arquitetura Bizantina

 O Império Romano perdeu seu poder e os povos não convertidos se impunham ao poder romano.
Os romanos os chamavam de bárbarosNesta pressão, a partir das tribos bárbaras, o Imperador romano - Constantino mudou a capital do Império Romano para a cidade grega de Bizâncio – às margens do Bósforo ponto geográfico de união entre a Ásia e a Europa.
No ano de 330, lançavam-se os fundamentos, traçava o plano, e construía-se os edifícios públicos da nova capital que passou a se chamar ConstantinoplaAtual Estambul. 
Assim nascia o Império Bizantino, que na História das Artes criam formas, técnicas inéditas com nova estática e originalidade.
Enquanto Constantinopla crescia, Roma decaia. Não durou muito para Roma perder o status de capital do Ocidente, que foi designada à cidade de Milão. 
Roma foi bombardeada por conflitos internos entre nobres feudais e também ataque de povos “Bárbaros”. 
Constantinopla, neste momento, foi considerada a maior cidade o mundo.
Fórum de Constantino.


A cúpula e a planta de eixo central ou de cruz grega são as características dominantes da arquitetura bizantina.
Os bizantinos aperfeiçoaram a cúpula persa em um modelo simples e monumental a partir da técnica construtiva.
desintegração do Império Romano do Ocidente no final do Século V da era cristã marca o fim da Idade Antiga. 
A Antiguidade Tardia, ou o que chamamos de Alta Idade Média, é um período de instabilidade e insegurança generalizada. Saques, incêndios, raptos e roubos. A população do que havia sido o Império Romano do Ocidente vivia com medo.
Os mares, do Norte e do Sul, estavam infestados de piratas. O
Mediterrâneo deixou de ser romano para tornar-se árabe. Os egípcios foram totalmente dominados pelos árabes e deixaram de existir como um povo. Partindo da Escandinávia, os normandos realizavam incursões de saque e pilhagem nas costas do mar do Norte, do Báltico e até do Mediterrâneo.Veio da Ásia Menor, através dos antigos modelos persas.
Houve reflexos na Arquitetura - criação de novos elementos construtivos. Quebra de paradigmas.

Pechinas ou Pendentes

Problemas durante a construção da Igreja de Santa Sofia - Constantinopla,  fez surgir novos elementos que seriam desenvolvidos no futuro, mais precisamente no período gótico. São triângulos curvilíneos formados pela base do tambor e os lados dos arcos. 
Graças a essa solução simples e segura, puderam erguer cúpulas grandiosas e partir destas, paredes finas e altas sobre grandes vãos.

Também na arquitetura bizantina, houve um aperfeiçoamento da técnica da cobertura, que passou a ser feita com telhas leves e porosas, em lugar da concreção ou argamassa, usada pelos romanos e outros povos, nas suas pesadas abóbodas.
O surgimento da cúpula entre os Bizantinos sugerindo uma associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade. 
Objetivo de desperta idéias de poder absoluto, superior às contingências individuais ou humanas.
Numa sociedade fortemente teocrática, a força da coesão social era a religiosa. Esses valores de universalidade despertados pela cúpula identificam-se com Deus e com o próprio governante, mediante o caráter sagrado da pessoas e funções deste. 
Era assim a forma artística adequada para expressar a natureza teocrática do regime, a autoridade sagrada e universal do governante e o sentido universalista do império.
Refletindo sobre a arquitetura horizontal e estática do grego clássico (Pártenon) baseada estruturalmente no princípio elementar do peso e sustentação - neolítico também, com a arquitetura de cúpula do bizantino (Santa Sofia), que implica num complexo e delicado equilíbrio de forças. Podemos estabelecer contraste entre a timidez racionalista do grego de Péricles e a audácia mística do grego de Justiniano. A partir deste ponto histórico,Arquitetura não será mais a mesma.
Santa Sofia

Partenon
No contexto histórico do período, que começou na Europa, o Império Romano do Ocidente sofreu uma invasão bárbara, no século V, e o governo ficava nas mãos de Carlos Magno, um imperador do Ocidente que fez a cultura greco-romana quase desaparecer.

Bárbaros
Quase completamente desprovidos de arquitetura, logo se apropriaram das formas da Antiguidade tardia e de Bizâncio, às quais acrescentaram alguns elementos próprios. Na Gália (França), os francos adotaram em suas construções as salas retangulares de três naves e abside semicircular, com silharia de madeira para as igrejas, e cúpula para os batistérios. 
Algumas plantas enriqueceram a distribuição espacial com o acréscimo de uma galeria.
As tribos germânicas nômades, “empurradas” para oeste pelos hunos da Ásia central, invadiram a Europa de 300 a 900 e foram substituindo o Império Romano do ocidente por diversos reinos germânicos, providos de identidade própria. Regionalizaram a Europa a partir de suas ocupações, denotando sua identidade e práticas regionais no antigo cenário das cidades romanas - no Período Românico

Período Românico

O Românico é o primeiro estilo artístico internacional da Cristandade Ocidental, um estilo original com diversas escolas regionais, congregando elementos romanos, germânicos, bizantinos, islâmicos e arménios.
Igreja de Notre-Dame du Port - França.
No início da Idade Média, a Europa Ocidental fortaleceu-se e definiu uma civilização muito própria, numa época de grandes transformações motivadas por três fatores:
  • A estabilização dos povos Bárbaros, a sua admissão e miscigenação nas comunidades cristãs, possíveis devido à diminuição das incursões guerreiras e a fixação dos Húngaros na região Leste da Alemanha;
  • O recuo dos Árabes, com a fragmentação do califado de Córdova depois da morte de Almançor;
  • O crescimento de uma civilização urbana e mercantil, a par da permanência de uma civilização feudal e monástica.
Neste período, toda a civilização européia se moveu em nome de uma renovação arquitetônico que foi a expressão mais pura da Fé.
A
religião, o temor religioso e o medo do Juízo Final, movimentaram os fiéis nas peregrinações aos principais lugares santos. Os mosteiros e as igrejas que eram centros difusores da religiosidade da época, tinham uma maior importância quando possuíam relíquias de santos, tornando-se, eles mesmos, locais de peregrinação.  
Catedral de Pisa.


























A definição da arquitetura enquanto "Românica" se refere às semelhanças existentes entre as construções típicas do final do século XI e XII e as estruturas abobadadas a de grossa paredes de alvenaria dos antigos romanos (séculos I e II).
Enquanto no Oriente bizantino e muçulmano, a arquitetura se desenvolveu de maneira magnificente, no Ocidente, o progresso no campo das criações manteve-se estagnada: falta de tempo, falta de tranqüilidade, escassez de recursos.
Ocorre uma procura incansável de um sistema estrutural seguro, de fácil construção e dotado de beleza, que tinha de ser condicionado à realização por via de um material contra-indicado sob todos os aspectos: a pedra. A designação "Românico" surgiu no século XIX e significava "semelhante ao romano".
Todas as formas, em todas as artes, nos monumentos religiosos e civis, decorrem em última análise da abóbada de plena cintra, que caracteriza a arquitetura românica. 
A principal característica da arquitetura românica é a pesada abóbada de pedra ou argamassa, formada por um arco de plena cintra ou de meia circunferência.
A Planta é a  mesma da basílica cristã primitiva, em geral com três naves, excepcionalmente com cinco naves. A nave principal e, as vezes, as laterais, terminam em abside.
No conjunto, é uma arquitetura também denominada pelo horizontalismo, como a basílica romana. O material de construção é por excelência pedra devidamente aparelhada. Nas regiões de escassez deste material, utilizavam tijolos.
A modificação mais característica foi e que também será a maior característica do período foi o tetoO teto das naves da arquitetura cristã era de madeira, plano conforme as basílicas romanas do século IV. 
Os constantes incêndios e a durabilidade do material fizeram com que os novos construtores e arquitetos passassem a construir a cobertura das naves em forma de abóbada de plena cintra. Faziam as abóbadas de pedra ou de argamassa, bastante grosseiras e resistentes tornando-as excessivamente pesadas.
A arquitetura românica recebeu influências da Antiguidade pagã - arte bizantina, dos povos bárbaros, grega e romana – Surgiu artes especificamente locais com identidade própria. Artes nacionais.
Observem, que mesmo sendo igrejas românicas, apresentam particularidades regionais.
Portugal.
França.
Igreja de Santo Domingo - Espanha.
















































Alemanha.















Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa - Portugal.
Mosteiro de Leça do Balio - Portugal.
Abadia de Corvey - Alemanha.








Catedral de Zamora - Portugal
Basílica de San Miniato al Monte - Toscana.
Portugal.
Abadia de Lorsch - Alemanha..

































Em construção....














4 comentários:

  1. Buscava "arco de plena cintra" e me encantei com a história da arquitetura: tema exposto com objetividade e fotos lindas. Do sul gaúcho, meu abraço. Ana

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    1. Abaço recebido no Vale do Itajaí e, se nos permite, abraço amigo, retribuído. Agradecemos o retorno...

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  2. Obrigado por esse artigo! Muito bem construído. Poderia me informar quais foram as bibliografias utilizadas?

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    1. Lecionei História da Arte em algumas instituições e faço minhas próprias conclusões. Tenho um "livro de cabeceira" que me ajuda a identificar e que não tem mais para comercializar que é o livro: ...."História das Artes 1 e 2 de Carlos Cavalcanti e os livros da coleção da Time História em Revistas. Diria que o texto é meu mesmo...a partir de observações. Que bom que gostou. Abraços.

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