sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Cidades - Uma volta em São Paulo - Brasil - e um pouco de história...


Como urbanista, "lemos"a história na paisagem ou fragmentos dessa história. Pretensiosamente, também tentamos traduzir as marcas deixadas nessa paisagem a partir das movimentações sociais dentro de um recorte de um período histórico. Se não temos sucesso, ao menos, observamos e registramos com toda a curiosidade que nos é cabida. As imagens comunicam.

Observamos a paisagem que reflete as marcas das práticas sociais no espaço da cidade, ou das "muitas cidades" dentro da Metrópole. Falamos de São Paulo, que aniversaria no dia 25 de janeiro e é a cidade mais populosa do Brasil e do continente sulamericano. Também é a 7° cidade mais populosa do planeta - são: 12 106 920 habitantes em uma estimativa populacional do IBGE - do ano 2017. 
A cidade possui o 10º maior PIB do mundo, tem a fracão de 10,7% do PIB brasileiro.
Foi fundada no ano de 1554 por 12 Padres Jesuítas, reflexo do surgimento da Companhia de Jesus na Espanha, iniciativa da Igreja Católica de Roma para enfraquecer a Reforma e as dissidências que a Igreja vinha tendo - Cristianizar o novo mundo, a partir de escolas - então foi fundado o Colégio Jesuíta no local onde surgiu a cidade de São Paulo.

A Povoação de São Paulo de Piratininga, como foi primeiramente batizada, surgiu em torno desse colégio, marcando a data de 25 de janeiro de 1554, como seu início. O local escolhido, presente ainda no tempo presente, foi o local mais alto no meio de dois ribeirões: Anhangabaú e Tamanduateí (canalizados e reificados em alguns trechos).
O nome de São Paulo, é justificado, porque o dia da fundação da cidade, dia 25 de janeiro, é  o mesmo dia que a igreja católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso - explicado pelo padre José de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus na Europa, através de cartas.
A cidade de São Paulo, como principal característica, apresenta a cosmopolidade a partir de amostra cultural de representantes de muitos povos de várias partes do mundo que chegaram na cidade - em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes.

Tarsila do Amaral - participou do primeiro momento do Movimento Modernista - obras de 1933.

Com isto, são vários os cheiros, as cores, os sotaques, cores, sabores e paisagens. Nós, sob nossa ótica muito pessoal e a partir de nossa profissão, percebemos na cidade de São Paulo - há cidade dentro de cidades. Cidades de vários tamanhos territoriais e adensamentos, com mais ou menos conflitos - dependendo da infraestrutura, localização da economia e tipo e concentração de meios de transportes. Cidades com qualidade de vida, outras, nem tanto. Cidades que se desenvolveram dentro do "centro", da célula primeira, embrião, do primeiro centro. Cidade com muitas marcas histórica na sua paisagem. Atualmente, inclusive, com a presença do Colégio Jesuíta do século XVI.
O centro, ou "centrão" de São Paulo, é uma "colagem" de justaposição de camadas de tempos históricos, onde alguns resistiram mais, outros menos. Há várias camadas culturais/econômicas/sociais dividindo o mesmo espaço urbano, sem no entanto interagirem entre si. Algumas pessoas tornam-se "invisíveis" e são ignoradas entre si quando estão em diferentes dessas situações. Fazem o uso simultâneo do mesmo espaço, mas "não se encontram". Dentro do caos aparentemente instaurado, há uma organização pautado no conformismo, que "é assim mesmo" e "infelizmente não podemos fazer nada". Mas, sabemos, trata-se de partes de cidades "doentes", sobre as quais tanto comentamos e mencionamos, a partir de nossas cidades catarinenses, com número bem menores, mas talvez, proporcionalmente, com números maiores se considerarmos o adensamento e número de habitantes. 
Não é por acaso, que a civilização  grega clássica e quase 90% das cidades alemãs tem, ou tinham, a população de suas cidades variando em torno de 5 mil habitantes.
Apresentamos, ao longo dessa postagem, algumas imagens que fizemos "olhando" a cidade de São Paulo 2018 entre os dias 11 ao dia 15 de janeiro de 2018.
Estrutura de concreto de parte do complexo da Estacão de metro - ponto Armênia - rumo ao ."centrão".



Sistema de Metrô e trem - cidade de  São Paulo - marcação estacão Armênia.  


Dentro das estacoes - há espaço para divulgação cultural

"Cidade dentro de cidades" - poderia ser um bairro de uma cidade qualquer de porte médio - proximidades do centro de  São Paulo.







Pessoas abaixo do nível do solo - transporte público sem conflito - metrô.

Rua 25 de Março


Visitando uma rua e arredores do centro de São Paulo, onde pessoas de todo o Brasil se encontram e também, fora do Brasil - Rua 25 de Março.


A Rua 25 de Março, é uma rua da cidade de São Paulo, considerada o maior centro comercial da América Latina.
O primeiro registro existente sobre a rua data do ano de 1865, em substituição à Rua de Baixo, fato revelado por Lineu Francisco de Oliveira no livro Mascates e Sacoleiros.
Rua 25 de Março às margens do Rio Tamanduateí - início do Século XX
Rua 25 de Março -  Rio Tamanduateí -  com o leito retificado

A primeira grande enchente na região pode ter ocorrido em 1.° de janeiro de 1850 quando um temporal de seis horas aumentou o nível dos rios Tamanduateí e Anhangabaú e a água invadiu casas, causando a destruição de 27 delas, sendo 14 de taipa. Mais tarde, os rios foram desviados e canalizados, embora, até hoje, a região registre enchentes.

Seu nome é uma homenagem dada pela Câmara Municipal e pelo Poder Executivo ao dia em que foi redigida a primeira constituição brasileira, em 25 de Março de 1824, outorgada pelo imperador D. Pedro I.

Rua de compras - 25 de Março - onde o Brasil se encontra


Fragmentos de cidade de outro período histórico.





Fragmentos de cidade de outro período histórico.


Rua 25 de Março



Rua 25 de Março

Rua 25 de Março










As camadas que não se encontram - alguns compram, outros moram em caixas.

História nas paredes e murais

Centrão - Complexo Cantareira

O Complexo Cantareira é formado pelo Mercado Municipal Kinjo Yamato e o Mercado Municipal Paulistano (Mercadão). Os dois mercados compartilham de histórias em comum não só no que diz respeito à comercialização de produtos. Durante o período de construção do Mercadão, o espaço do Kinjo foi utilizado como base de construção. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 o local foi utilizado como enfermaria, enquanto o Mercadão serviu como depósito de armas.

Mercado Municipal Kinjo Yamato

Mercado Caipira
Sua história tem ligação com o antigo “Mercado Caipira” ou “25 de Março dos produtos hortifrutis”, como era chamado o local antes instalado na Várzea do Parque Dom Pedro e que se tornou conhecido pela comercialização de frutas, legumes e verduras provenientes do produtor rual onde trabalhavam imigrantes japoneses. Como complemento de renda, esses imigrantes traziam os produtos que sobravam da colheita para vendê-los no centro da capital paulista de maneira informal.
Em 1922 o local do comércio mudou para o número 377 da Rua da Cantareira. O novo local – que foi adquirido pela Prefeitura de São Paulo – até então era utilizado pela Light (atual Eletropaulo), companhia que acomodava os bondes (meio de transporte coletivo utilizado na época) numa espécie de estacionamento. 
Originalmente o local atual nao tinha cobertura – que ocupa uma área construída de 4.550 metros quadrados – recebeu em 1936 a doação da cobertura oriunda da Escócia e inicialmente, seria usada na estação de trem que ficava no Anhangabaú. Em 1988, quando se completou 80 anos de imigração japonesa no Brasil, o local foi batizado de Kinjo Yamato - uma maneira de homenagear o primeiro imigrante japonês a se formar em Odontologia.
 





Cobertura com estrutura de ferro.

Cores e sabores de temperos de todo o mundo - com diversos aromas



Folhas de babosas vendida por unidade.






Mercadão

O Mercadão - Mercado Municipal Paulistano, está localizado também no "centrão" - centro histórico de São Paulo, entre as ruas Cantareira, Comendador Assad Abdalla e as avenidas Mercúrio e do Estado, sobre uma área próxima ao rio Tamanduateí.
O projeto foi assinado pelo engenheiro Felisberto Ranzini, que também assinou o projeto do Teatro Municipal. Foi entregue aos paulistanos no aniversário da cidade do ano de 1933 - mesmo que sua construção data do início do século XX. A sua primeira função foi a de armazém de pólvora e munições. Foi somente no fim da Revolução Constitucionalista de 1932 que o mercado pôde assumir suas funções, e substituiu o Mercado Velho da Rua 25 de Março, rua que também visitamos e fotografamos nesse momento. O Mercadão é um entreposto comercial de atacado e varejo, especializado na comercialização de frutas, verduras, cereais, carnes, temperos e outros produtos alimentícios. 
Seu espaço tem uma área de 12.600 m2 e nele trabalham mais de 1.500 pessoas, que juntos, movimentam aproximadamente 350 toneladas de alimentos diariamente em seus aproximadamente, 290 boxes
A edificação histórica foi restaurada no ano de 2004, quando foi construído um mezanino para colocar os restaurantes - tornando-o um centro de gastronomia -  as fachadas foram recuperadas e os vitrais foram restaurados. O trabalho foi feito sob a coordenação do arquiteto Pedro Paulo de Mello Saraiva. 

Arquitetura
O edifício foi construído na linguagem eclética com projeto de 1925, assinado pelo engenheiro Felisberto Ranzini, que trabalhava no escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, sendo o desenho das fachadas de Felisberto Ranzini. Sua construção aconteceu entre os anos de 1928 e 1933. Sua construção, bem como outras obras desse tempo, são reflexos do período da cultura cafeeira, quando a cidade buscava a valorização de suas áreas centrais, associada a uma ideia de modernidade e adequada ao aquecimento econômico proveniente da produção cafeeira. 
Pedra fundamental
Alguns afirmam que a construção do Mercado Municipal também é resultado da adoção de ações higienistas que ocorreram entre o início do século XIX até meados do XX, em cidades europeias, e inspiraram diversas cidades brasileira, no mesmo período, a dotarem os novos modelos espaciais  e de arquitetura - como edificações de mercados públicos e outros equipamentos de infraestrutura urbana -  para minimizar focos epidêmicos. 
A tipologia arquitetônica tem semelhança com o Mercado Central de Berlim - a semelhança também é percebida na planta modulada do edifício. O edifício paulistano, eclético, como mencionamos (misturas de mais de um estilo), com  uma construção de estrutura de concreto e fechamento feito com tijolos, tem em sua composição eclética - a partir da composição do estilo neoclássico e de nuances do gótico - representado na presença dos 55 vitrais que mostram vários aspectos da produção de alimentos. Os vitrais são de autoria do artista russo Conrado Sorgenicht Filho, também conhecido pelo trabalho realizado na Catedral da Sé.  A iluminação natural é feita pela presença de claraboias.
As imagens comunicam.





















Fragmentos de  história na paisagem atual - de outros períodos históricos - Rua 25 de Março.
Mosteiros de São Bento

O Mosteiro de São Bento é parte do patrimônio histórico arquitetônico do estado de São Paulo e do Brasil. Está localizado no Largo de São Bento, no “centrão” da maior cidade do Brasil. No local pode ser encontrado o conjunto da Basílica Abacial Nossa Senhora da Assunção, do Colégio de São Bento e da Faculdade de São Bento.


A ordem beneditina em São Paulo iniciou no ano de 1598, quando chegaram na cidade, frei Mauro Teixeira e construiu uma pequena igreja dedicada a São Bento, com a doação do capitão-mor Jorge Correia.  O terreno estava localizado no alto do morro, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, atualmente totalmente poluído – local da casa do cacique Tibiriçá“. 

Embrião do núcleo urbano de São Paulo - pico onde foi implantada São Paulo de Piratininga e os vales ao seu lado, formados pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú.

As obras foram concluídas no fim do ano de 1634. No início, a pequena igreja foi dedicada a São Bento. Mais tarde, a pedido de D. Francisco de Sousa – presidente da província, foi modificado para Nossa Senhora de Montserrat e em 1720, para Nossa Senhora da Assunção e esse nome, permaneceu até os dias atuais.
O local foi ampliado a partir do ano de 1650 – mediante iniciativa do “caçador de esmeraldas” - Fernão Dias Pais. Em troca de sua “generosidade”, os monges lhe permitiram, que após a sua morte, poder ser sepultado na capela-mor da igreja do mosteiro, assim como seus descendentes. E assim foi feito. Seus restos mortais se encontram sepultados na cripta da igreja.
Mediante o perigo da implantação de uma lei do governo imperial que determinou a extinção dos noviciados no Brasil, fato que impediu a renovação dos monges, houve o início do processo de decadência até que, na primeira metade do Século XIX, o abade alemão D. Miguel Kruse renovasse o mosteiro. No ano de 1903, por iniciativa de Kruse, foi fundado o Colégio de São Bento, de ensino secundário, e em 1908, a Faculdade de Filosofia. Foram demolidas a primeira igreja e o mosteiro do período colonial para a construção de um edifício mais moderno e monumental. No ano de 1910 teve o início a construção da atual edificação. O projeto é do arquiteto alemão de München - Richard Berndl, com decorações de D. Adalbert Gressnigt Essa edificação que fotografamos é a quarta construção desde sua fundação na cidade de São Paulo. tivemos a sensação de reconhecer espacialmente e percebemos a semelhança com a paisagem de algumas cidades da Alemanha, ao circularmos no "centrão" da cidade de São Paulo.
Viaduto Santa Ifigêniae o Mosteiro de São Bento na década de 1920.

São destaques no interior de seu espaço: as imagens da nave realizadas entre 1919 e 1922 pelo escultor e pintor belga Adrian Henri Vital van Emelen  -  do Liceu de Artes e Ofícios. De 1921 data o conjunto escultórico localizado numa trave sobre a capela-mor, da autoria de Anton Lang  e finalmente, o altar-mor  - feito de mármore da região do Lago Maggiore na Itália.
O relógio do Mosteiro de São Bento, foi fabricado na Alemanha e foi instalado em 1921. Seu maquinário, conta com um carrilhão com seis sinos que tocam nas horas cheias e nas meias.

O órgão é do ano de 1954 e também foi construído na Alemanha. Foi produzido pela firma  Walcker e possui mais de 6.000 tubos.
No ano de 2006, o mosteiro passou por obras de restauração e melhorias para receber e hospedar o papa Bento XVI, durante sua visita ao Brasil, em maio de 2007.

A Faculdade de São Bento, atualmente é referência e ainda ministra o curso de licenciatura em filosofia, além de cursos línguas clássicas, como grego e latim.



Lembra muito a arquitetura em cidades da Alemanha - que apresentam mais cuidado com o seu patrimônio








Porta corta vento
Interior da igreja. Órgão localizado no lado esquerdo.

Pessoas na porta do Mosteiro São Bento pedindo ajuda - sentada no chão














Ed Martinelli

É um edifício pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico de São Paulo, localizado, também no "centrão” da cidade. Está localizado na frente do "triangulo" formado pelas ruas São Bento, São João e Líbero Badaró.  Foi o segundo edifício mais alto construído no Brasil e na América Latina, sendo ultrapassado pelo Edifício Joseph Gire, ou Edifício A Noite, no Rio de Janeiro.



A construção do Edifício Martinelli teve início no ano de 1922 e foi inaugurado inacabado no ano de 1929, com apenas 12 pavimentos, em função da inauguração do Edifício A Noite no Rio de Janeiro. A construção do edifício continuou até o ano de 1934. O trabalho terminou quando o edifício tinha 30 andares.
O Ed. Martinelli foi idealizadao pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli e o projetado foi assinado pelo arquiteto húngaro Vilmos  Fillinger - da Academia de Belas-Artes de Viena.


Martinelli
Com 105 metros de altura, entre os anos de 1934 e 1947 – foi o edifício mais alto do Brasil. Sua construção foi polêmica, pois, até esse momento, não havia nenhum outro edifício alto em São Paulo. Talvez aí surgiu um divisor de águas, pois até o início do século XX. São Paulo era uma cidade de porte pequeno.

A técnica construtiva usada é a de alvenaria de tijolos e estrutura de concreto. A estrutura do andar principal é inteiramente revestida por granito vermelho róseo, tornando sua identidade marcando fazendo-o um ponto focal com forte característica na paisagem.
A partir da década de 1950, Martinelli entrou em uma fase de decadência. Foi ocupado por moradores de rua e foi cenário de alguns crimes das muitas manchetes, no período. Em 1975 foi desapropriado pela Prefeitura de São Paulo e reformado no mandato  do pelo prefeito Olavo Setúbal – nesse mesmo ano e em 1979, foi reformado novamente. Atualmente, o prédio abriga órgãos municipais, como a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB) e a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB-SP), além de várias lojas no piso térreo.

Seu idealizador teve problemas durante a construção do edifício. Sem apoio governamental para terminar a obra, Martinelli teve que vender uma parte do empreendimento ao "Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano all'Estero" do Governo Italiano, motivo pelo qual o governo brasileiro tomou o prédio para si no ano de 1943.

No ano de 2008, a cobertura do edifício passou por reformas novamente. Após dois anos de obras, o local foi reaberto para os visitantes que apreciar a vista da cidade.

As imagens comunicam...
Rua São Bento



Rua São Bento






Hall de Entrada






















Sede da prefeitura de São Paulo







Viaduto do Chá

O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto a ser construído na cidade de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. Foi idealizado pelo francês Jules Martins em 1877. Mas foi inaugurado somente no dia 6 de novembro de 1892. Inicialmente sua construção foi projetada com armações metálicas, que acabaram cedendo com o uso. Por causa disso, a antiga estrutura foi substituída por vigas de concreto.






Sao Paulo - Centro

Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo


Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo

Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo

 

Mosteiro de São Bento - detalhes















Viaduto Santa Ifigênia

Está localizado no “centrão” da cidade de São Paulo, e atualmente seu uso é exclusivamente para pedestres - calçadão. Ele começa no Largo São Bento próximo a estação de metrô e termina em frente a Igreja de Santa Ifigênia.




Seu projeto é do arquiteto Giulio Micheli e executados pelos engenheiros Giuseppe Chiapori e Mário Tibiriçá. A estrutura veio da Bélgica. O viaduto foi construído para melhorar o trânsito e a circulação de carros, carruagens e bondes que atravessavam o Vale do Anhangabaú. Foi construído entre os anos 1910 e 1913 e inaugurado no dia 26 de julho de 1913.


Promove a ligação entre o centro velho e centro novo da cidade ao passar sobre o Vale do Anhangabaú e a Avenida Prestes Maia. O Viaduto Santa Ifigênia, foi construído dentro da linguagem do Art Nouveau.



Viaduto de Santa Ifigênia

Viaduto de Santa Ifigênia





Viaduto de Santa Ifigênia

Viaduto de Santa Ifigênia

Viaduto de Santa Ifigênia



Viaduto de Santa Ifigênia





Galeria do Rock
Centro Comercial Grandes Galerias – que ficou conhecido como Galeria do Rock teve sua construção iniciada no ano de 1962 e foi inaugurada no ano de 1963. Está localizada na Avenida São João, no centro de São Paulo, entre as ruas 24 de Maio e o Largo Paysandu.

O que chamou nossa a atenção foi a arquitetura moderna, fazendo uso das curvas na fachada e o átrio, criando galerias e espaço aberto, atualmente com cobertura zenital. Originalmente é provável que havia um átrio com jardim interno.
Também muito nos agradou a tão comentada atualmente, a cobertura verde, na qual vimos árvores frutíferas, aparentemente plantadas no tempo de sua inauguração. Um jardim, no centro de São Paulo, com mais de 50 anos localizado na 7° laje de um edifício. Maravilhoso.
O espaço é conhecido por gerações, como um espaço de pessoas que curtem som. Na década de 1970 e 1980 – local do vinil.
Arquitetura
Seu projeto foi assinado pelo arquiteto Alfredo Mathias, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. O resultado da concepção arquitetônica é a dinamicidade da forma, possibilitando organicidade a partir do olhar para a parte externa do prédio, bem como para a parte interna.


Largo Paysandu

Átrio com atual cobertura zenital





Edifício vazio visto das sacadas da Galeria do Rock

Edifício vazio visto das sacadas da Galeria do Rock



Atrio



Largo Paysandu visto da sacada da Galeria do Rock



Largo Paysandu







Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock



Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock


Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock

Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock




Átrio

Edifício vazio visto da sacada do lado posterior da Galeria do Rock

Piso com pequenos ladrilhos


Teatro Municipal de São Paulo

Está localizado no “centrão” da cidade de São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo e foi inaugurado no ano de 1911. São Paulo recebeu muitos imigrantes europeus no final do Século XIX - após a libertação dos escravos -  e culturalmente esses sentiam falta desse espaço na cidade.
Sua arquitetura foi inspirada na Ópera de Paris. O edifício faz parte do Patrimônio Histórico Arquitetônico do estado desde 1981 quando foi tombado pelo Condephaat. Em seus espaços aconteceu a histórica Semana de Arte Moderna - marco do Modernismo no Brasil.
Foi no ano de 1895 que teve início os planos para a construção de um teatro, especificamente para ópera. Foi enviado um projeto para a Câmara Municipal que tramitou sem êxito. Após o incêndio(?) no Teatro São José em 1898, a Câmara Municipal lançou incentivo para o empreendimento da construção de um novo teatro, mediante a isenção de impostos. O Escritório Técnico de Ramos de Azevedo apresentou a proposta de construção, sendo que já existia uma proposta de Cláudio Rossi – apresentada ao prefeito Antônio Prado. Houve uma conciliação entre as duas propostas.
O terreno escolhido para a construção do novo teatro estava localizado no Morro do Chá, local onde estava o Teatro São José. Com o projeto de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e construção pelo Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, as obras foram iniciadas no dia 26 de junho de 1903 e concluídas no ano de 1911. O estilo é eclético, em voga na Europa desde a segunda metade do século XIX. São combinados os estilos Renascentista, Barroco do setecentos e Art Nouveau, sendo o último o estilo da época. O teatro é estruturado em quatro corpos: a fachada, composta pelo vestíbulo, o salão de entrada e a escadaria nobre; o central, no qual encontra-se a sala de espetáculos; o palco; e, por fim, o ambiente onde estão localizados os camarins.

A inauguração aconteceu no 12 de setembro de 2011. O espetáculo foi iniciado com a abertura da ópera O Guarany de Carlos Gomes, devido à pressão da crítica paulistana. Seguiu-se depois a encenação da ópera Hamlet, de Ambroise Thomas, com o barítono Titta Ruffo no papel principal. A companhia apresentou outras óperas durante a primeira temporada.
No período de 1912 a 1926, o teatro apresentou 88 óperas de 41 compositores, sendo dezessete italianos, dez franceses, oito brasileiros, quatro alemães e dois russos, totalizando 270 espetáculos. Mas o fato mais marcante do teatro no período foi um evento que assustaria e indignaria grande parte dos paulistanos, na época: a Semana de Arte Moderna de 1922.









Grupo de turistas ouvindo a história do idioma inglês.

Edifício Alexandre Mackenzie

O prédio da Light – ou seja, o Edifício Alexandre Mackenzie, localizado também na área central da cidade de São Paulo, entre o cruzamento a Rua Coronel Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá é projeto de Preston e Curtis, e sua execução é do escritório de Severo, Villares & Cia. Ltda. 
O prédio foi sede da empresa distribuidora de energia elétrica São Paulo Tramway, Light and Power Company e, posteriormente, da antiga estatal Eletropaulo. Foi concluído no ano de 1929 e ampliado em 1941. Desde 1999, após cautelosa restauração, abriga o Shopping Light.
A empresa The São Paulo Tramway, Light and Power Company instalou-se em 1899 em salas alugadas em um prédio da Rua São Bento. Seu constante crescimento obrigou sua transferência para áreas cada vez mais amplas, muitas vezes em diferentes localidades da cidade. No total, eram 7 escritórios por São Paulo, o que dificultava sua administração central. A empresa adquiriu o antigo Teatro São José – o mesmo do incêndio para sua construção. A obra foi concluída no mês de abril de 1929.

Em 1941, o prédio foi ampliado e sua área final passou a ter 29.720 m2. 
Átrio do Edifício Alexandre Mackenzie - atual Shopping Ligth

Átrio do Edifício Alexandre Mackenzie - atual Shopping Ligth
Shopping Ligth




Vale do Anhangabaú


Edifício Matarazzo - Sede da prefeitura de São Paulo
Prefeitura de São Paulo e Viaduto do Chá

A atual sede da Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo ocupa, desde o ano de 2004,  os espaços do antigo Edifício Matarazzo, também conhecido como Palácio do Anhangabaú.  Por ter pertencido anteriormente ao Banco do Estado de São Paulo, também é conhecido como Banespinha.

Está localizado no Vale do Anhangabaú, junto ao Viaduto do Chá. Chama os olhares de longe, pelo exuberante telhado verde - tão em voga no momento presente e politicamente correto - localizado no último andar do edifício, onde também possui um heliponto.
Cobertura verde no  Edifício Matarazzo
O projeto é do arquiteto italiano Marcello Piacentini, encomendado pelo empresário Francisco Matarazzo Júnior, no qual abrigou por anos, a sede da empresa. O projeto seguiu a linha neoclássico simplificado, desenvolvido por Piacentini e muito usado na Itália nos anos 30, utilizando simbologia da época do Império Romano e que foi também adotada pelo regime fascista. O prédio tem 14 andares e 27.800 m² de área construída.

Foi a sede das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo desde sua inauguração até 1974, quando foi adquirido pelo Grupo Audi e depois, em 2004, pela prefeitura da cidade de São Paulo.




Revestido de mármore na parte externa, o edifício tem esculpidos na fachada frontal três “Ms” (simbolizando a família Matarazzo) e também cinco desenhos representando as cadeias produtivas de atuação da família.









Igreja São Francisco de Assis

A primeira construção foi executada no século XVI, a Igreja São Francisco de Assis está localizada no Largo de São Francisco, no centro histórico de São Paulo. É de propriedade da Ordem Franciscana dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis em 1209, na Itália. Está ao lado da Igreja de São Francisco das Chagas e da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Sua técnica construtiva utilizou: taipa, pedra-ferro nos arcos internos e externos, telhas capa e canal e paredes em alvenaria de tijolos maciços - autoportantes. A igreja foi reformada no ano de 1744, onde foi repaginada com o decorativismo barroco. Antes disso, a igreja tinha características jesuíticas, que eram consideradas padrão para as igrejas da província. Em 1880, o edifício foi reconstruído, após um incêndio do qual só restou as paredes da edificação e a imagem de São Francisco de Assis.


Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

A tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), também conhecida como Faculdade de Direito do Largo de São Francisco ou ainda, "Arcadas" é uma instituição de ensino superior parte da USP.
A Faculdade de Direito, a mais antiga Instituição do Brasil — juntamente com a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, foi fundada a partir de um decreto imperial assinado em 1827.
A Carta de Lei assinada por D. Pedro I no dia 11 de agosto de 1827 criou dois "Cursos de Sciencias Jurídicas e Sociaes" no Brasil, um instalado no Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, e outro, no Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda), Pernambuco.

Mais tarde, ficou conhecida como Academia de Direito do Largo de São Francisco ou também, Academia de Direito de São Paulo
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo


Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo






Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo


Catedral Metropolitana de São Paulo - Sé

A Catedral da Sé está localizada na Praça da Sé, no “centrão” e é o ponto “zero” da cidade de São Paulo.
Sua construção teve início no ano de 1913, e sua arquitetura apresenta predominantemente as características do estilo neogótico. Sua construção foi quase concluída na década de 1950. Mesmo inacabada, foi inaugurada nas comemorações do 400º aniversário de fundação da cidade de São Paulo, década de 1950.
25 de janeiro de 1954 - 400° aniversário da Cidade de São Paulo - inauguração com a igreja inacabada.

Apesar de sua cúpula ter uma linguagem do estilo renascentista, portanto caracterizando o ecletismo (mistura de estilos), a Catedral Metropolitana de São Paulo é considerada o quarto maior templo neogótico do mundo.
Catedral de São Paulo construída em 1764 até 1911 - quando foi demolida (?)
Por que?
 Tem a mesma linguagem de muitas das igrejas que vimos em Minas Gerais.
Tudo começou em 1589, quando se decidiu a construção de uma igreja principal (Matriz) para a Vila de São Paulo de Piratininga. A construção foi terminada em torno de 1616. São Paulo transformou-se em sede de diocese em 1745, quando demoliram a antiga igreja e construíram uma nova dentro da linguagem barroca. Essa foi terminada por volta de 1764 – e ficou conhecida como a Catedral de São Paulo - até 1911, quando foi demolida.
Catedral de São Paulo construída em 1764 até 1911 - quando foi demolida (?)

Maximilian Emil Hehl
A seguir, sob iniciativa de Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, iniciou as providencias para a construção da nova e atual catedral. Os trabalhos iniciaram no ano de 1913 no local da catedral colonial demolida. O arquiteto responsável do projeto foi o arquiteto alemão Maximilian Emil Hehl, que projetou a nova Catedral Metropolitana de São Paulo em estilo eclético, com predominância das características do neogótico – estilo nacional junto com o gótico, no pais de origem do arquiteto -Alemanha.
Todos os mosaicos, esculturas e mobiliário que compõem a catedral, foram trazidos de navio da Itália. Entretanto, devido às guerras mundiais, houve grande dificuldade para concluir a obra. 
Assim, a inauguração da nova catedral aconteceu no dia 25 de janeiro de 1954, com as torres ainda inacabadas. As torres foram terminadas somente em 1967. 

1939


As obras foram coordenadas, inicialmente, por Alexandre Albuquerque e, a partir de 1940, por Luís Inácio de Anhaia Melo.
Após um longo período de decadência, a catedral foi completamente restaurada entre os anos de 2000 e 2002. As plantas originais, datadas de 1912, foram encontradas dentro do próprio edifício, permitindo uma restauração fiel ao projeto original.
Partes coloridas - foram elementos construídos no momento de restauro.


A restauração incluiu reparos nos vitrais, revitalização dos sinos, manutenção das redes hidráulica e elétrica, resolução de problemas que ameaçavam a estrutura - como rachaduras e infiltrações - e lavagem e pintura do prédio. Restaurada, a catedral ganhou 14 torreões novos, previstos no projeto original de 1912 de Maximilian Emil Hehl.
A catedral é a maior igreja de São Paulo, com 111 metros de comprimento, 46 de largura, duas torres com 92 metros de altura e uma enorme cúpula. Tem capacidade para abrigar 8.000 pessoas.
A igreja tem forma de cruz latina, com cinco naves e transepto com cúpula sobre o cruzeiro. A fachada, dotada de um portal principal e uma grande rosácea, é flanqueada por duas altas torres.
O órgão da catedral foi construído em Milão pela firma italiana Balbiani e Rossi, em 1954. Sua inauguração ocorreu em 25 de novembro de 1954, no "Dia de Ação de Graças", doado pela companhia Antárctica (hoje AmBev). Seu restauro foi realizado entre 1996 e 1997 sob o patrocínio do Banco Real. O instrumento tem dois corpos e uma "console" (mesa de teclados), colocada atrás das colunas que rodeiam o altar-mor, com cinco teclados (cada um com 61 teclas) e uma pedaleira. Possui cerca de 12 mil tubos sonoros e 124 registros, sendo 112 os registros reais.

A cripta está localizada debaixo do altar principal e é um vasto salão suportado por várias colunas e arcos de perfil gótico – como vimos em muitas igrejas alemãs – durante nossas pesquisas na Alemanha. Nela estão sepultados bispos e arcebispos de São Paulo e vários personagens importantes da história do Brasil. 
Cripta




Semáforo com a forma de catedral - nas proximidades


Linhas arquitetônicas do neogóticos.



















Interior da grande cúpula com linguagem renascentista.





Cúpula












Praça da Sé





Praça da Sé







Rio Tamanduateí
Rio Tamanduateí
"Tamanduateí" é um termo de origem tupi que significa o "rio dos tamanduás-bandeiras".
No seu percurso original, o rio se encontrava com seu afluente principal: o Rio Anhangabaú, no lugar onde atualmente se encontram a Avenida São João e o Vale do Anhangabaú. Suas nascentes estão no Parque Municipal da Gruta de Santa Luzia no município de Mauá, na região da Serra do Mar. Passa pelos municípios de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul e deságua no rio Tietê, na cidade de São Paulo. Sua bacia hidrográfica possui 320 quilômetros quadrados. Sua extensão é de 35 quilômetros.
Atualmente, o rio está morto e sem vida, devido à poluição vinda de córregos afluentes, um deles o Córrego dos Meninos. Está em projeto sua despoluição, segundo fontes oficiais do Governo do Estado de São Paulo.
Entre as décadas de 1870 e 1880, o rio Tamanduateí foi um dos pontos de lazer do paulistano. Existia a Ilha dos Amores - uma pequena ilhota munida de equipamentos urbanos e com paisagismo e a presença de um pequeno coreto -  nas proximidades da atual Rua 25 de Março. Existia quiosques com bebidas e comidas, além de uma casa de banho e espaço para o descanso, permitindo, assim, um local de entretenimento e lazer para a população - estimada nessa época, em 31 mil habitantes, conforme o censo de 1872. 
Ilha dos Amores no Rio Tamanduateí - ao fundo a cidade de Sao Paulo com um Skyline totalmente diferente daquele que conhecemos hoje

Após vários alagamentos, a ilha foi abandonada e deixou de existir no início do Século XX, quando aconteceu a segunda retificação do rio.

O Rio Tamanduateí, até o início do Século XX, foi uma via de transporte fluvial, atendendo os Mercado Grande (ou Mercado Velho - Mercadão) e o Mercado dos Caipiras que existiam na antiga Rua de Baixo (atual rua 25 de Março), quando barcos transportavam mercadorias até o porto denominado de Ladeira Porto Geral. Ah outros tempos.
Rio Tamanduateí



É lamentável, o que homem "civilizado" fez com um pequeno rio dentro de uma paisagem tão linda do final do século XIX - o Rio Tamanduateí só tem 35km. Poderia continuar inserido na paisagem da cidade, como espaço de lazer e entretenimento público e gratuito, como o fora em outros tempos.
Águas de enchentes - não justificam o mal feito que observamos hoje,um pouco mais de 100 anos depois. É o processo irreversível, o qual, muitas cidades médias/grandes do Brasil optam em troca da "geração de empregos" e o enriquecimento de "meia duzia", nem sempre cidadãos e residentes do local - mas "parceiros" nos lucros - com o sacrifício do espaço de todos - a cidade. 



Feira do Bixiga

No domingo, dia 14 de janeiro, também visitamos o tradicional bairro italiano do Bixiga - famoso pelas cantinas, pela arquitetura das casas de imigrantes do começo do Século XX e por sua feira de antiguidades que acontece todos os domingos, desde 1982, na Praça Dom Orione, entre as ruas Treze de Maio e Rui Barbosa.
Na feira, encontramos um estande que comercializava lindas e originais bonecas de porcelana, a qual era de responsabilidade de Dona Marília. Conversamos muito. No final, fomos presenteados com uma relíquia, ao custo de R$20,00, que temos ciência, de que foi um presente. Guardaremos com carinho, precioso presente.

Com Dona Marília















O mesmo tipo de serrote usados pelos carpinteiros do Vale do Itajaí no final Século XIX
e início do século XX para construir suas casas em enxaimel
Com Dona Marília
Da Feira de antiguidades na Praça Dom Oreone, caminhamos até a Avenida Paulista, onde acontece o Calçadão - sem a presença de veículo motorizados - com muitas atividades, no dia de domingo. As pessoas vão às ruas e participamos disso.
Para chegar até a Avenida Paulista, a pé, andamos aproximadamente 1 Km, passando pelo Bairro Jardins - a seguir, algumas imagens.






Avenida Paulista

A Avenida Paulista é uma das centralidades mais importantes na cidade de São Paulo, do estado de São Paulo e do Brasil.
A Avenida Paulista não tem importância somente sob o aspecto econômico, mas também, como centralidade cultural e de entretenimento.
Sua população fixa soma mais de 200 mil residentes.
A avenida foi criada no final do Século XIX, quando foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima e do prefeito Clementino de Souza e Castro. 


O projeto foi pautado na especulação imobiliária, como acontece nos moldes atuais. Valorização do solo com mais valia e apresentação de inúmeras vantagens aos supostos interessados. Claro que isso promoveu a expansão imobiliária em terrenos de antigas e históricas fazendas, como monumentais propriedades de senhores cafeicultores. Rasgaram a região com novas vias, seguindo projeto efetuados por engenheiros, onde, nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central, eram vendidos os terrenos mais caros - dotados de "mais valia".
O primeiro nome apresentado para a avenida, seria Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas Joaquim Eugênio de Lima decretou, definindo o nome: “Será Avenida Paulista” – dessa forma impactando e minimizando polêmicas sobre o grande negócio imobiliário.
Para que tudo isso acontecesse, Joaquim Eugênio de Lima se fez sócio de Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia quando iniciaram a compra de terrenos no espigão entre os rios Tietê e Pinheiros. Em 1890 adquiriram na rua Real Grandeza (posterior avenida Paulista) dois terrenos de propriedade de José Coelho Pamplona e no mesmo ano, adquiriram mais dois lotes de Mariano Antonio Vieira. Mais tarde compraram a Chácara Bela Cintra de Cândido de Morais Bueno. Na época essa região era o caminho dos comerciantes, viajantes e boiadas a caminho do matadouro.
O projeto da avenida foi elaborado pelo agrimensor Tarquinio Antonio Tarant e, como deveria ter a topografia plana, exigiu o aterro de um vale na atual Avenida 9 de Julho - onde passam os túneis e onde está localizado o MASP - com a melhor vista par o centro de São Paulo.

Bonde elétrico
A Avenida Paulista foi inaugurada, juntamente com a linha de bondes em 1891. Apresentava uma extensão de 3 km de comprimento e 12m de largura. A avenida foi dividida em: uma parte para bondes - a do centro, para carruagens e a outra, para cavaleiros. O piso carroçável foi coberto por pedregulhos brancos.
O bonde elétrico foi inaugurado 9 anos depois, no ano de 1892.
Em 1898 aconteceu uma reestruturação urbana, como a execução de um novo calçamento, e a derrubada de quatro fileiras de árvores, juntamente com o alargamento dos passeios, que foram arborizados com ligustruns e ipês.
1898


No dia 25 de junho de 2016, o prefeito em exercício Fernando Haddad, publicou no Diário Oficial do município de São Paulo o decreto que oficializou a abertura da avenida como espaço de lazer nos domingos e aos feriados nacionais. A avenida fica restrita a veículos das 10:00 até às 19:00 horas e no documento oficial que permitiu a medida, inserida no programa "Ruas Abertas", outras ruas também devem ficar abertas, tornando os locais livres para lazer e cultura para pedestres e ciclistas e foi esse momento do domingo, do dia 14 de janeiro de 2018, que participamos e fizemos imagens da Avenida Paulista para essa postagem.
O decreto também terá sua eficácia monitorada por um comitê formado por organizações civis, sendo que o primeiro teste de fechamento da via se deu em junho de 2015, na inauguração da ciclovia no canteiro central.
Como estratégia de remanejamento do trânsito, o que não acontece em Blumenau que faz uma tentativa de imitar a ação, quando fecha a Rua XV de Novembro para o mesmo uso, no entanto, sem oferecer outras opções de transito. Na Avenida Paulista, os ônibus são redirecionados para vias paralelas, como a Alameda Santos e a Rua São Carlos do Pinhal; carros e motos seguem a mesma adequação. Moradores e clientes de alguns estabelecimentos têm a autorização de entrar e sair com seus carros dos prédios.

Vídeos
As imagens desses momentos:
Avenida Paulista - calçadão de domingo























MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Estando na Av. Paulista é impossível não entrar nos espaço do MASP - ícone cultural e ponto focal importante na Avenida Paulista - cujo arrojado projeto foi assinado pela arquiteta Lina Bo Bardi.
O museu está localizado na Avenida Paulista desde o dia 7 de novembro de 1968, quando foi inaugurada a sede projetada por Lina Bo Bardi.
 A arquitetura da nova sede do MASP não passa desapercebida quando estamos sob o grande vão de mais de 70 metros que se estende entre quatro enormes pilares vermelhos.

Quando Lina Bo Bardi idealizou o espaço para o Museu de Artes de São Paulo, pretendeu, além de criar o espaço para o uso preestabelecido, também o de criar um vão livre, de convívio e encontros sob o grande vão e também, "liberar" a paisagem da vista e avenida Nove de Julho e do centro histórico de São Paulo que se estende aos fundos do museu em terreno com topografia mais baixa. Isso porque, durante a construção da Avenida Paulista, que de acordo com o projeto, deveria ser plana, houve um aterro nesse terreno, tornando-o, naturalmente, um mirante.

De acordo com a história pretérita ao "MASP da Paulista", três anos após a fundação do museu – em 1950 -  esse estava funcionando com restrições em três andares do Edifício Guilherme Guinle,  onde, o terceiro andar foi reservado para a coleção permanente. Cursos e palestras ocupavam o quarto e o décimo-quinto andares. No segundo andar, ficavam os auditórios, e espaços expositivos, além de biblioteca e laboratório fotográfico
Lina Bo Bardi coordenou a Escola de Desenho Industrial do MASP nesse período, responsável pela primeira iniciativa voltada ao campo do ensino de desenho industrial no Brasil, onde lecionaram Carlos Bratke, Gregori Warchavchik, Lasar Segall e Leopold Haar. O curso, criado nos moldes do Instituto de Design de Chicago, dava continuidade aos métodos pedagógicos da Bauhaus. Lina, mesmo, é autora de muitos desenhos de mobiliário, conhecidos nacionalmente. 
No final da década de 1950, com o crescente volume do acervo e a ampliação das atividades didáticas do museu demandavam maior espaço e adequado às atividades de museu. Existia um terreno na Avenida Paulista, anteriormente ocupado pelo Belvedere Trianon - era um tipo de mirante junto com o edifício social com vista para o centro da cidade, projetado por Ramos de Azevedo e que foi demolido em 1951 para construir um pavilhão, onde fora realizada a primeira Bienal Internacional de São Paulo. Só no Brasil!!!


Exato local, que recebeu aterro e tornou a Avenida Paulista plana - sobre a Avenida Nove de Julho.

A sede da 1° Bienal Internacional construída sobre os escombros da Arquitetura de Ramos de Azevedo negando a vista da cidade - Arquitetura de gosto duvidoso.
O terreno havia sido doado à prefeitura de São Paulo por Joaquim Eugênio de Lima, idealizador e incorporador da Avenida Paulista, com a condição de que a vista para o Centro da cidade fosse preservada, através do vale da Avenida Nove de Julho, e como era na época do Belvedere Trianon e depois não observado durante a construção do Pavilhão para a 1° Bienal Internacional - Será que a iniciativa foi censurada por Joaquim Eugênio de Lima?
Lina Bo Bardi aceitou o desafio e percebeu o local ideal para a nova sede do MASP. Tomou as devidas providencias burocráticas e teve êxito. Seu projeto foi construído no local.
No dia da inauguração da nova sede do MASP na Avenida Paulista, no dia 8 de novembro de 1968 estavam presentes, a Rainha da Inglaterra e seu esposo.

Palavras da Rainha Elizabeth II, em seu discurso de inauguração da nova sede do MASP, em 
“É, para mim, motivo de especial satisfação inaugurar este magnífico Museu de Arte. A sua beleza, simplicidade e a perícia com que foi construído tornam-no mais um impressionante exemplo do espírito de iniciativa dos paulistas. Sinto-me feliz também em pensar que ele abrigará uma coleção de quadros de um dos mais ativos e generosos embaixadores que jamais foram à Corte de St. James: o dr. Assis Chateaubriand. Lembro-me muito bem de seu espírito e estuante personalidade e todos sentimos, profundamente, que ele não esteja mais aqui conosco neste dia. Aos paulistas desejamos, meu marido e eu, felicidades e prosperidade. É com grande prazer que declaro inaugurado este Museu.”Rainha Elizabeth II  Rainha da Inglaterra
Lina Bo Bardi concebeu arquitetonicamente a atual sede do MASP. Para preservar a vista do centro da cidade, exigência durante a doação do terreno, seria necessário propor uma edificação subterrânea ou suspensa. A arquiteta optou por ambas as alternativas, concebendo um bloco subterrâneo e um elevado, suspenso a oito metros do piso. A construção é considerada única pela sua peculiaridade: o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais, resultando em um vão livre de 74 metros, na época foi considerado o maior do mundo. A inovação foi viabilizada pelo trabalho do engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, que aplicou na obra a sua própria patente de concreto protendido. A equipe de engenharia e arquitetura funcionam bem.

Construção feita sobre o grande aterro feito para  nivelar a Avenida Paulista


O edifício, projetado por Lina Bo Bardi em 1958, levou dez anos para ser concluído. 
As imagens do e no MASP em dia Calçadão. Nesse dia tivemos o privilégio de assistir no teatro localizado no subsolo do museu, um Concerto - Festival de Música Clássica - financiado pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretária de Cultura.
Toda essa movimentação no espaço da Avenida Paulista e no MASP fez-me lembrar do artigo do Professor Arquiteto Vilmar Vidor sobre "Modernidade Urbana". Deseja conferir? - Clique sobre: Reflexão - Modernidade Urbana - Arquiteto e Urbanista Vilmar Vidor.

Para onde vamos? Jornada da alma...




















Teatro no subsolo













O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta

O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta

O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta


Zona cerealista 
Uma região localizada nas proximidades do novo leito do Rio Tamanduateí após a sua retificação - atrás do mercadão - parte baixa, onde há inúmeros armazéns. Nesses são comercializados uma série de produtos naturais, muitos, desde grãos, ervas, sementes e farinhas.














Bairro Santa Ifigênia
Estação da Luz
O local, onde foi edificada a estação ferroviária  de passageiros da primeira Estação da Luz, era no Bairro da Luz - na época era  um bairro distante do centro da cidade de São Paulo. Na época, o Presidente da Província era João Teodoro Xavier de Matos. A primeira estação ferroviária do bairro da Luz era muito simples. Sua tipologia era uma edificação de um pavimento  localizada às margens da ferrovia. Continha espaço para despacho, compra de bilhetes, plataforma de embarque e desembarque de passageiros e a residência do chefe da estação. Nos entorno, surgiram outras construções que tinham ligação com a estação ferroviária - como Administração, engenharia, Depósito, Guarda-chaves, etc.
Estação da Luz  - 1865 - Lembramos que a Estação da Luz era a Porta de entrada dos imigrantes - 1890 - São Paulo tinha 65 mil habitantes   
Fonte:http://www.skyscrapercity.com


No dia 17 de março de 1888, houve uma ampliação, com o aumento da plataforma  e da cobertura e a edificação recebeu o aumento de  mais um pavimento, dentro da linguagem neoclássica, o uso de materiais modernos e novos a partir da industrialização na Europa - como o ferro. Sua cobertura na estrada e sobre as plataformas  foi feita em ferro e encampou a pequena estação como uma célula mediante o  fenômeno da fagocitose. 
Ano 1870
Fonte:http://www.skyscrapercity.com
Esta edificação foi demolida no início do Século XX para a construção da terceira estação ferroviária da Luz - Estação da Luz. A terceira estação da Luz é uma réplica de uma estação de Sidnei - Austrália.
Estação da Luz, por Guilherme Gaensly - 1902

Colocação dos trilhos da Estação da Luz – 1902 - São Paulo
terceira estação ferroviária da Luz tem uma área construída de  7.520m2 e foi composta por dois blocos distintos. No primeiro bloco tem dois pavimentos  - construído com tijolos autoportantes - na época abrigava os escritórios da superintendência, engenharia e contadoria. Recebeu um torre com relógio, avistado de várias partes da cidade. Sua linguagem arquitetônica respeitou a mesma adotada nas estações do Brás e de Santos com mansardas, como construídas na França e na Inglaterra.
Construção - 1899

Colocação dos trilhos da Estação da Luz – 1902 - São Paulo
Antiga estação de trem de Orsay - Atual 

Museu Orsay - Paris - França
Edifício neoclássico dentro de uma quadre bem definida, com ruas largas sem interferência visual de outra edificação de gosto suspeito

O segundo bloco é um monumental espaço com um vão de 40 metros, 150 metros de comprimento e 25 metros de altura - para cobrir 6 linhas ferroviárias rebaixadas em comparação às ruas laterais à estação. Na Europa, foram construídas estações com semelhante tipologia - existentes até os dias atuais.



As imagens...
Degração visual da atual paisagem do
entorno da Estação da Luz - 2009

Lado norte da Estação da Luz, além de um bonde trafegando pela via - Fonte: www.pinterest.com
Sem a interferência visual de edificações que agredisse a arquitetura da estação - referência na paisagem
Enviado pelo bisneto do Sr. Charles H. Driver
Sr. Pirran Driver
Quem assinou o projeto da estação ferroviária da Luz foi o arquiteto inglês  Charles Henry Driver - renomado arquiteto de estações ferroviárias - por certo - construídas pelos ingleses. Vale lembrar que a Estrada de Ferro Santa Catarina - EFSC, neste período, foi a única ferrovia construída em solo brasileiro com tecnologia e capital alemães e não inglesa como eram as demais.
O arquiteto da estação ferroviária da Luz  tinha vasta experiência em projetos de estações ferroviárias e contribuiu para o uso de algumas modernidades na nova estação, como - coberturas envidraçadas.
A terceira estação ferroviária da Luz não foi oficialmente inaugurada, pois não tinha sido interrompido o tráfego de trens no local. Á medida que o corpo principal da estação era construído, passou a abrigar serviços da mesma. As obras foram formalmente concluídas em 1901 - oito anos antes de ser inaugurado o primeiro trecho da EFSC na  região do Vale do Itajaí SC - antiga Colônia Blumenau.







Obras de restauro após incêndio.










Pinacoteca












Aprendizado -  nos espaços da cidade de São Paulo.
Escalas dentro da escala!!
Cidades dentro da cidade....











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