domingo, 13 de agosto de 2017

Enxaimel - Conversando - Vila Itoupava - 2 tipologias históricas

No dia 15 de junho de 2017, fomos a campo pesquisar - cidade de Blumenau. Vistamos o Distrito de Vila Itoupava - atualmente um dos últimos redutos - quando o enfoque é paisagem que comunica sua originalidade histórica dentro do município - a qual vem sofrendo reveses de maneira célere.
A Vila Itoupava tem muita semelhança com a cidade vizinha, Pomerode. Ambas localidades faziam parte do território da antiga  Colônia Blumenau. Não fosse a barreira física e o divisor de águas entre as duas localidades - conhecida Serra do Selke, região pesquisada por nós no ano de 1994, as localidades estariam alinhadas e juntas, como mostra os mapas.


A cidade de Pomerode tem sido criativa e tem adotado iniciativas positivas no sentido da valorização de seu patrimônio histórico arquitetônico, sobre os quais já fizemos alguns registros (link´s no final dessa postagem). 
Edificação histórica da Rota do Enxaimel - rota preservada como conjunto e muito visitada por visitantes de outras cidades, de outros estados e de outros países.
Edificação histórica da Rota do Enxaimel - rota preservada como conjunto e muito visitada por visitantes de outras cidades, de outros estados e de outros países.
Pomerode busca alternativas para planejar sua paisagem construída integrada à paisagem natural. Há muitos interesses em sua tradicional paisagem com foco nos negócios imediatos somente, sem comprometimento com sua história cultura. Ficamos sabendo que há muitos debates ocorrendo na cidade vizinha envolvendo esse assunto. É um bom sinal. Quando há debate e conhecimento, dificulta a implantação do processo instaurado em outras cidades na vizinhança, que acarretam desajustes na infraestrutura e também, o massacre da identidade cultural local e da cidade.
Blumenau SC - imediações da FURB
Além de tudo, que justifique a manutenção e valorização dos espaços históricos da cidade dentro de sua originalidade e de seu patrimônio histórico arquitetônico, é importante observar o seu uso atual dentro dessa paisagem - construída e natural.
Muitas vezes, esses imóveis estão sendo relegado aos "fundos", como algo "velho" e sem uso. Lembramos que na Alemanha, suas edificações históricas se encontram EM USO - em algumas situações, com mil anos a mais de idade que algumas construções mais antigas da região da antiga Colônia Blumenau
Dentro dos muros do K l o s t e r  L o r c h - Alemanha - Século XII - Faltavam 3 século para "descobrir" o Brasil - e ninguém cogita demolir porque é "velho".
Registramos e analisamos para essa publicação, duas tipologias centenárias, construídas com a técnica enxaimel, importantes dentro da comunidade de Vila Itoupava - Blumenau SC: o Hospital Misericórdia e o Casarão da Haco - construções das primeiras décadas do Século XX, que não é Século XII, portanto 8 séculos mais jovens que o exemplo alemão apresentado acima.
Hospital Misericórdia
Casa Haco
Ao longo da apresentação, faremos comentários de ordem técnica - sob o olhar de  arquiteta e também, de urbanista. 
Antes de continuar a matéria, é importante relembrar algumas questões - já mencionada em outras publicações do Blog - sobre a técnica construtiva do enxaimel - no alemão -  Fachwerk.

Conversando - Enxaimel - Fachwerk

O método construtivo enxaimel é a denominação dada à estrutura de madeira, que articulada horizontal, vertical e inclinada formam um conjunto rígido e acabado através do encaixe dos caibros de madeira. Somente. É o conceito atual e pode mudar de acordo com o recorte do período histórico, ou mesmo de acordo com o conceito do termo alemão - Fachwerk.
Fachwerk significa textualmente “treliça” - Espaço de uma parede feita a partir da estrutura de caibros preenchida com material entrelaçado e posteriormente preenchido com barro. O termo não está relacionado somente ao tipo de encaixe com a presença ou não de pregos de metal ou de madeira. É necessário conceituar o termo dentro de cada recorte histórico. Foi encontrado edificações Fachwerk em sítios neolítico da Europa e também em outros continentes, como no Japão, onde é muito comum o uso da madeira na construção das casas
Muitos concluem erroneamente, ou definem conceitos, considerando somente um recorte de tempo dentro da evolução de experimentos e tecnologia construtiva, definindo como a verdade, por exemplo, que o enxaimel é feito de caibros de madeira encaixados com o uso de pregos de madeira e não prego metálico – definição do recorte de tempo histórico relacionado a idade média – período das guildas.
O enxaimel é uma técnica construtiva e não um estilo, como muitos denominam. Surgiu a partir da construção de edificações feitas de toras e troncos de árvores beneficiados sem a tecnologia das máquinas modernas, mas sim com machados, enxós, facões feitos, geralmente, por artesões, ou agricultores, a partir de uma estrutura de madeira pronta para suportar grandes cargas. Anterior ao tempo destas ferramentas eram feitas com pedras e outras ferramentas rudimentares. A técnica construtiva tem sido usada por milênios, em vários locais do planeta. Há várias maneiras de se construir o enxaimel. Geralmente são classificados pelo tipo de fundação, paredes, como e onde são feitos os elementos de contraventamento (caibros inclinados), o uso de caibros de madeira em curva, e os detalhes de enquadramento dos telhados.
A técnica construtiva atual – sob o conceito de técnica enxaimel se resume em um conjunto de caibros verticais, que são usados como apoios e que receberão os esforços dos caibros inclinados, horizontais e das terças. Elementos usados em ângulos 45° são usados para o contraventamento transversal integrados aos elementos perpendiculares. Os Strebe (Caibros inclinados) quase sempre são posicionados simetricamente e deve enrijecer o conjunto para suportar as forças dos ventos. Os caibros articulados através de encaixes, são presos com “pregos de madeira”, ou Holznägeln. Os Holznägeln têm aproximadamente 2 cm de diâmetro. A técnica construtiva enxaimel se solidificou na idade média nas cidades medievais intramuros, onde a sociedade se organizava dentro da estrutura feudal. Nesta estrutura social existiam as guildas. A guilda dos carpinteiros não usaria material manuseado por outra guilda – do ferreiro e criou seus próprios pegos – de madeira ou Holznägeln. Também quando os caibros e a estrutura são construídos e montada no local da fabricação – recebem marcações – conhecidas por Abbundzeichen, para facilitar a montagem do conjunto no local definitivo. São usados diversas marcações, mas a mais usual em nossa região foram os números romanos criados na verdade, pelos etruscos que foi apropriada pelos romanos.
A madeira usada na estrutura enxaimel no passado - na Alemanha, foi o carvalho. Atualmente continuam construindo edificações enxaimel com madeira, porém utilizam madeira de reflorestamento. No Brasil, no passado usavam canela preta e atualmente continuam usando madeira nobre, mas não de reflorestamento, mas retirada da floresta.
O material utilizado para efetuar o fechamento intercaibros ordenados estruturalmente (Gefach), podem ser usados a partir de pau a pique ou taipa, alvenaria de tijolos ou de pedras rebocados ou não, madeira, vidro, ou qualquer outro material que a criatividade permita (Nos moldes atuais).
O pau a pique é confeccionado de madeira maciça articulada (Lehmstaken).
Fachwerk (treliça) - ou em português - o enxaimel - foi, usualmente, feito com madeira, em diferentes "períodos" da história - pela facilidade de promover os encaixes - através de diversos recortes. Criavam-se composições treliçadas quase artísticas ou mesmo sólidos de madeira - os quais, muitas vezes dispensavam os pregos de metal. Quando estes se faziam necessários, em outras épocas, utilizavam pregos de madeira (Holzbolzen). Estes tipos de encaixes, também eram utilizados na confecção de máquinas e de móveis. Não eram feitos com o mesmo fim estrutural, como os eram feitos nas edificações. Ou talvez, sim, pois também suportavam esforços, de certa maneira - dentro de outra escala. Seria um outro tipo de estrutura. Mencionamos isto, pelo fato de ser usado a mesma técnica no manuseio com a madeira nos exemplos citados.
Alemanha - máquina em enxaimel
Também, fazem casas em enxaimel com uma linguagem contemporânea - muitas vezes experimentando materiais alternativos contemporâneos integrados ao uso da madeira. Em muitas regiões do Brasil, erroneamente, relacionam a técnica construtiva ao passado e "coisas velhas". Acreditamos, que este comportamento seja movido pelo desconhecimento e ignorância, quanto a esta versátil técnica construtiva, com inúmeras opções estéticas e principalmente - condutor de um elemento que trás consigo a forte identidade das cidades construídas em um período histórico e por imigrantes em vários locais do planeta, até mesmo em nossa região. Na Europa, principalmente na Alemanha, nunca houve uma ruptura quanto ao uso da técnica na Arquitetura ou mesmo, na Arquitetura de interiores - mobiliário.
Para terminar, na Alemanha há uma dezenas de livros mostrando os milhares tipos de encaixe e denominações para os elementos da treliça em madeira, que não necessariamente precisa ser de madeira, mas não deixa de ser treliça ou Fachwerk ou ainda, em português - enxaimel. para ler mais - clicar sobre: Enxaimel - Fachwerk







Enxaimel - construção atual - com madeira de reflorestamento - Alemanha

















Duas tipologias  em Enxaimel - Vila Itoupava - Blumenau
Construções do  final do Século XIX e início do século XX

As construções das primeiras décadas na Colônia Blumenau, possuem características das construções de determinadas regiões do território da atual Alemanha - país existente desde 1871. A tipologia feita com estrutura de madeira encaixada com fechamento de tijolos aparentes não significa que não existia mais capital para "rebocar" a edificação. Os tijolos são os mesmo usados nas construções ou arquitetura B a c k s t e i n e x p r e s s i o n i s m u s - Arquitetura expressionista com tijolos ou expressionismo em ladrilho - arquitetura característica do norte da Alemanha. Também essa forma de construir enxaimel é oriunda do norte da Alemanha. 
Os novos ricos da região do Vale do Itajaí do início do Século e que já adotavam o novo estilo internacional art decó e o eclético, rebocavam suas casas urbanas (em enxaimel) e algumas no interior da colônia, criando a falsa afirmativa de que essas edificações eram tipicamente rurais e não urbanas e eram usadas exclusivamente por "C o l o n o s". Toda a Colônia Blumenau teve seu território, a presença dessas edificações - construídas com a técnica enxaimel - trazidas pelos primeiro imigrantes - no final do Século XIX e no início do século XX.
Uma fotografia publicada no Blog Brasiliana Fotográfica Digital permite-nos uma viagem no tempo e perceber esse fato. Uma imagem feita a partir do morro da igreja católica do centro - voltada para o ao Porto Fluvial - no ano de 1915 por um fotógrafo desconhecido. Rua XV de Novembro - rua do Comércio de Blumenau - há mais de 100 anos.
No Ano de 1915, ainda não tinha sido construídas as duas tipologias apresentadas, mas a Colônia Blumenau já possuía o porto fluvial e estações ferroviárias. Tinha somente 65 anos de fundação
A Rua XV de Novembro possuía alguns exemplares de edificações construídas com a técnica enxaimel. Os novos comerciantes adotavam novas linguagens construtivas, o eclético e art decó - novas tendências usadas pela elite blumenauense.

Detalhes de uma fotografia de 1915.
Mesmo que na centralidade Colônia Blumenau rebocassem o enxaimel para maquiar a parecer o novo estilo internacional vigente - eclético e art decó - no interior prosseguiu a construção de edificações usando a técnica trazida pelos imigrantes e construída até os dias atuais na Alemanha. Como esses dois exemplares da Vila Itoupava - Blumenau, construídos nas primeiras  décadas do Século XX.
Um comentário - na Alemanha rebocam seus enxaiméis, e muito, com o objetivo de preservar a madeira estrutural.
Hospital Misericórdia - Vila Itoupava
A ala histórica e mais antiga, construída em original enxaimel a partir de uma composição simétrica com jogo de talhados e varanda fechada com característicos guarda corpos em madeira trabalhado - está usado na parte dos "fundos' do complexo' como parte de serviços - outrora localizado paralelo a rua principal Henrique Conrad, onde as pessoas tinham acesso, a pé a partir dessa. Atualmente não mais. O acesso feito pela rua Max Haufe - com automóvel - onde está a ala principal construído com alvenaria decorada com aparência "enxaimel".







A nucleação urbana de Vila Itoupava  dista e distava aproximadamente 30 quilômetros do Stadtplatz da Colônia Blumenau, no início do Século XX. Nessa época, o distrito possuía em torno de 1000 residentes e era o centro das divisas entre as nucleações de Jaraguá do Sul, Pomerode, Massaranduba, Luiz Alves e Gaspar. Em função das grandes distância, os líderes locais dessas comunidades se reuniam para construir um hospital que atendesse - mais perto da cada nucleação - um hospital regional. 
Antes disso, chegou à comunidade, o médico Alfred Höss da Alemanha - 1923. O farmacêutico Max Haufe auxiliou o novo médico na instalação e funcionamento do primeiro consultório em uma estrebaria reformada e adequada ao novo uso, na qual foram feitas até mesmo, pequenas cirurgias. Enquanto isso, as obras do hospital tiveram início no mesmo ano, através da fundação da Sociedade Beneficência Misericórdia de Vila Itoupava
Para angariar fundos, foram emitidos Títulos de Contribuição. Nesse mesmo ano de 1923, foi eleita a primeira diretoria que era formada por: Presidente: Max Wulf; Secretário: Max Haufe e Tesoureiro: Carl Bauer.
Acesso principal atual - feito pela rua Max Haufe - Edificação
em pseudo enxaimel - vigas de alvenaria pintadas de preto
A primeira sede do Hospital Misericórdia  foi construída com a técnica enxaimel - estrutura de madeira e se encontra anexada ao atual complexo hospitalar. Seu uso atual está destinado à serviços, como copa e cozinha e localizado aos fundos do atual lay out. Desperdício de originalidade e história locais. Poderia estar sendo usado como hall e a recepção do Hospital Misericórdia, esses localizados na nova edificação construída em alvenaria, maquiada como se fosse estruturado em enxaimel - Cenário.

As imagens comunicam...
Hospital Misericórdia - Ala antiga
Varanda originalmente localizada na parte frontal do hospital, fechada com guarda corpos de madeira trabalhada, originais. Atualmente está localizada na parte dos "fundos" do complexo hospitalar. Poderia ser melhor aproveitada.







Janelas com características das janelas das construções feitas pelo imigrante na
virada do Século XIX para o Século XX - tipo duas folhas, envidraças com almofadas.
Estado de conservação satisfatório


Detalhes construtivos característicos úteis para a montagem da estrutura no local que será construída - os Abbundzeichen. Toda a estrutura é confeccionado em um galpão por profissionais da carpintaria, que marcam seus caibros, para facilitar a remontagem no sítio. Isso também permite sua relocação, a partir de uma nova desmontagem e remontagem no mesmo sítio ou em outro. Por isso, para sua manutenção, muitas vezes se faz necessário a desmontagem da estrutura de uma edificação histórica construída com a técnica enxaimel. Nessa edificação estudada localizada na Vila itoupava apresenta seu fechamento feito com o tijolos queimados - do tipo usado na arquitetura Backsteinexpressionismus - norte da Alemanha.
A guilda dos carpinteiros não usaria material manuseado por outra guilda – do ferreiro e criou seus próprios pregos – de madeira ou Holznägeln.



Muitas edificações enxaiméis na Alemanha são rebocados para proteger a estrutura das intempéries







Detalhes e marcas da história na estrutura de madeira








O acesso principal do atual Hospital Misericórdia da Vila Itoupava funciona em um ala recente, construída em alvenaria colorida, cujo resultado é um cenário pseudo enxaimel, com vigas de alvenaria pintadas de preto. Percebemos que esse uso deveria ser naturalmente feito no edifício histórico - enxaimel, com toda sua originalidade e com o acesso resgatado para o pedestre oriundo da Rua Henrique Conrad - rua principal da Vila Itoupava.





Casa da Haco

Uma edificação construída na década de 10 do Século XX. mais precisamente no ano de 1916. Está localizada na Rua Henrique Conrad, também no Distrito de Vila Itoupava. Igualmente uma construção de grande porte e foi construída para uso misto - residência e comércio da família Hinsching. 
Cemitério da comunidade Itoupava Alta - Rodovia Pedro Zimmermann.
Nasceu no dia 18 de outubro e faleceu no dia 20 de dezembro de 1936.
Theodor Hinsching a construiu e também colocou no local -  um hotel e restaurante. Tipologia muito comum para esse uso, como é o caso do restaurante do Zoológico de Pomerode, no qual também funcionava um hotel e um restaurante, em sua edificação enxaimel. 
Atualmente faz parte do patrimônio da empresa Haco Etiquetas - Casa Haco. Essa se encontra em um estado de conservação satisfatório, porém sem uso. Está vazia atualmente. Trata-se de uma edificação histórica com grande potencial cultural e parte da identidade da paisagem local e dentro da comunidade. Apresenta características próprias ao uso para a qual foi construída - uma pousada e restaurante, equipamentos necessários no Distrito da Vila Itoupava. O Distrito de Blumenau, atualmente não conta com um bom restaurante - disponível aos residentes locais e aos visitantes.
Característicsa - pé direito alto - caibros longos - abundancia de madeira



Somente a parte do pavimento superior respeita a simetria da estruturação da madeira.


A edificação atualmente é parte do patrimônio da empresa Haco




Detalhe do decorativismo do frontão a partir da estrutura enxaimel - simetria.

Detalhe





Há indícios que essa fachada sofreu alguma intervenção após a sua construção.
Telhas novas no telhado









A presença dos Holznägeln - pregos de madeira  os Abbundzeichen - marcações feitas pelo carpinteiro para auxiliar a montagem da estrutura no lugar definitivo.,



Detalhe da proteção metálica da madeira da estrutura.





Distribuição interna para o uso de hotel





Porta dos fundos - ala dos quartos do hotel

Telhas planas ou germânicas - característica das construções
dos pioneiros, que em um primeiro momento usaram tábuas
 de madeira e até mesmo pedra lousa

Colocação dos tijolos na base do frontão - para proteger casibro de madeira - tipo pingadeira



Detalhe da estrutura do telhado - Telhas planas de barro


Valores na paisagem no Distrito de Blumenau - Vila Itoupava SC. Parte da história dos pioneiros da Colônia Blumenau.

Leituras Complementares:
Para ler mais - Clicar sobre o  título escolhido:







2 comentários:

  1. Angelina, excelente trabalho.

    Logo o Theodor Hinsching que construiu a casa é meu tio bisavó Theodor Hinsching Filho deste, que você mencionou neste artigo.
    Estou escrevendo maiores detalhes sobre a construção desta casa, porque também tem envolvimento da família Hinsching.

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  2. Hallo...Estava desconfiada. quero lhe escrever com calma. Em breve. Há outras novidades para ti...Abração...

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