terça-feira, 18 de julho de 2017

Arquitetura - 5 Edificações do Patrimônio Histórico Arquitetônico - Rio do Sul SC

Faz-nos bem encontrar pesquisas sobre o patrimônio histórico arquitetônico do Vale do Itajaí - mais ou menos o mesmo território da grande Colônia Blumenau - fundada por Hermann Blumenau, em 1850.

Afinal...
Quem conhece gosta. Quem gosta, supõe-se, cuida.

O Historiador - Jonas Felacio Júnior - de Rio do Sul, entrou em contato conosco sobre o desenvolvimento de uma pesquisa que aborda de 5 tipologias pertencentes ao patrimônio histórico arquitetônico daquela cidade - capital do Alto Vale do Itajaí.
  • Centro Cultural Pelizzeti;
  • Casa do Transformador;
  • Museu Histórico Cultural;
  • Ponto Chic e
  • Bar Germânico.
Estaremos conversando (entrevista) com o pesquisador riosulense sobre a arquitetura das edificações. Antecipamos um pouco e compartilhamos, aqui sobre o tema que será abordado na entrevista - Dessa maneira, como afirma o Professor José - revisamos os conceitos e o conteúdo da pauta - aprendendo um pouco mais. Compartilhamos.
O livro foi publicado em novembro de 2017 sob o titulo História e Memória de Rio do Sul em Cinco Edificações Preservadas.
A publicação foi possível via Edital Prêmio Nodji Pellizzetti de Rio do Sul - o autor é o segundo da esquerda para a direita.
Nossa contribuição para a obra de Pesquisa. 
Centro Cultural Pelizzeti

Construção de 1926 - A edificação tem sinais presentes em suas fachadas de que foi submetida a intervenções que modificaram um pouco a sua originalidade de projeto e sua implantação no terreno. Observamos que houve uma redução do terreno e do espaço em seu entorno. Na fachada lateral direita, foi recortado o terreno e criado um segundo, para outro uso. Com isso a arquitetura perdeu seu ponto exato de contemplação, para o lado que está suas varandas e sacadas - e o acesso principal da residência que foi em outro momento. 

Aparentemente a edificação foi construída para uso misto - ou seja, para local de trabalho e residência, sendo que o acesso dessa era feito pela lateral direita da edificação - local marcado com um pequeno hall externo coberto por uma sacada localizada na mansarda - ou no sótão. Características da arquitetura do imigrante alemão presente na edificação do Centro Cultural Pelizzeti - são: o pavimento principal, o porão (Keller) e o sótão utilizável (mansarda).
A edificação histórica foi concluída a partir da tipologia trazida pelos imigrantes alemães, à região da Colônia Blumenau - com algumas ressalvas. 

Detalhes

Estrutura
Sua construção aparentemente é autoportante a partir do uso de tijolos maciços. Autoportante - significa que suas paredes suportam sua carga e peso, desprovida de uma estrutura, separada de suas paredes. Na varanda lateral, onde está o hall externo da entrada da residência, para suportar o vão um pouco maior, foi feito o uso do arco e sua sacada sobre esse espaço é feita de madeira - material resistente e mais leve.

Aberturas: 
Suas aberturas - janelas e portas - foram feitas de madeira. As janelas, não são em duas folhas - como sempre eram feitas na casa alemã, mas do tipo guilhotina - tipologia dos edifícios públicos construídos na Colônia Blumenau - herança açoriana das cidades do litoral brasileiro. 
A porta principal (Foto acima) - localizada na lateral direita, é munida de uma almofada de vidro, presentes nas edificações de alto padrão dessa época. Essa permitia a entrada da luz natural no ambiente, mesmo com a porta fechada. Esse tipo de porta dava um certa ar  imponente ao conjunto da edificação.

Telhado e Estrutura de Telhado
O telhado tem a forma mista a partir da composição de diferentes panos inclinados - com grande inclinação, como é feito na Alemanha até os dias atuais, para o uso durante o inverno no período de neve e também para, possibilitar o uso do sótão. Chamou-nos a atenção, o telhado plano em alguns volumes do conjunto, o que nos põe dúvida se foi concebido dentro do projeto original. A "quebra" da cumeeira criando pequenos espigões e pano de telhado que protege a abertura localizada da mansarda.
Destoa da tipologia do imigrante alemão, telhados de algumas volumetrias onde a inclinação é menor  e difere dos panos de telhados do corpo principal ou predominante. O resultado é um conjunto desconexo o que também destoa da arquitetura do imigrante alemão e nos passa a sensação de intervenções posteriores a sua construção primeira.
A estrutura do telhado provavelmente foi feia de madeira e sua cobertura é original e feita com telhas planas ou germânica de barro.

Fechamento

Fechamento, ou paredes são feitas de tijolos maciços rebocados.

Tipologia da Edificação
A edificação histórica, em sua totalidade, apresenta muitas características da tipologia construída pelos imigrantes alemães. São elementos isolados, principalmente presentes no telhado. Não segue nenhum estilo de arte dos períodos da história da arte mundial. É uma arquitetura regional de uma parte da Alemanha e que foi trazido pelos imigrantes à região da cidade de Rio do Sul, com pequenas modificações, caracterizando a presença de uma mão de obra não especializada.

Outras imagens
























Casa do Transformador

Construção da década de 1940  - localizada na rua central de Rio do Sul - Basílio Correia de Negredo.
É uma edificação que tem uma função que não é a de residir ou praticar uma atividade de trabalho ou laser - mas, a de proteger um equipamento elétrico usado pela comunidade.
A primeira usina elétrica de Santa Catarina foi construída na sede da Colônia Blumenau em 1912 - A Usina do Salto. Entrou em operação dois dias antes de natal de 1914. Nos primeiros anos de sua história abastecia a industria e residências locais, depois foi distribuídas a outras regiões. Era, portanto, uma tecnologia muito nova também na cidade de Rio de Sul, quando foi construída a Casa do Transformador, que segue a mesma linha arquitetônica da sede da usina, variando somente o tamanho da edificação e o telhado desprovido de panos inclinados. Sua localização estava nas proximidades da linha férrea da EFSC.


Detalhe da tipologia da Estação do Salto Blumenau
Década de 1940.
Seu função é guardar uma pequena fonte de energia destinada, a partir do transformador que baixava a tensão de alta tensão para baixa tensão, para alimentar  - fornecer eletrificação à linha férrea da EFSC. Geralmente suas edificações são extremamente altas lhe fornecendo uma volumetria peculiar - em função de sua adequação ao uso.
Sua linguagem arquitetônica é art déco - um movimento popular internacional de design que tocou todos os domínios de criação  humana, também na arquitetura. Surgiu da mistura de vários estilos anteriores e foi meramente decorativo como é percebido na fachada da Casa do Transformador. Suas principais caraterísticas são as linhas geométricas inspiradas em diversas culturas antigas, como da Grécia, Egito e no Brasil - a Marajoara. Representa a adaptação da sociedade - em geral aos princípios do  cubismo. No Brasil teve início na década de 1930 - e perdurou durante a década de 1940
Detalhes

Estrutura
Sua estrutura é autoportante - munido de paredes estruturais a partir do assentamento de tijolos maciços. Através da variação do assentamento dos tijolos foi criado o decorativismo nas fachadas - saliências/alto relevo - característica do art déco  brasileiro.
Aberturas: 
Suas aberturas - janelas e portas - foram feitas de madeira. As janelas apresentam folhas duplas, com vidro e veneziana.

Telhado 
O telhado é plano, linhas retas. Não temos condições em apresentar o material de cobertura que há atrás das platibandas.
Fechamento
Fechamento, ou paredes são feitas de tijolos maciços rebocados.

Tipologia da Edificação
A edificação segue as linhas retas e geométricas  do art déco brasileiro. Arquitetura feita somente para sua função - de guardar um equipamento elétrico, necessário à comunidade. Não apresenta proporções estéticas, a tal ponto que atualmente  é usado como suporte de out door na paisagem da cidade.
Mesmo sendo tombado como patrimônio histórico arquitetônico é usado com suporte de out door - poluição visual

Outras imagens
Degradação visual da cidade - desproporções a partir do tipo de ocupação do solo - patrimônio também é entorno









Museu Histórico Cultural - Antiga estação ferroviária
Construção da década de 1930 - Edifício construído para o uso da estação ferroviária de passageiros de Rio do Sul da extinta ferrovia EFSC - Estrada de Ferro Santa Catarina. É uma das tipologias mais bonitas e mais bem conservada do acervo do Patrimônio Histórico Arquitetônico e ferroviário regional. Foi inaugurada no dia 28 de dezembro de 1936 (oficialmente). Atualmente é o endereço do Museu Histórico Cultural e Arquivo Público Histórico de Rio de Sul e não poderia estar em melhores mãos - fazem um bom trabalho com foco na cultura e na história do Alto Vale - cuja capital é Rio do Sul.
A estação ferroviária foi construída com a volumetria de alguns tipos de edificação trazidas pelo imigrante alemão de determinadas regiões da Alemanha. Com muita originalidade e diferente das demais edificações do mesmo período, foi construída com tijolos maciços aparentes com o decorativismo clássico presentes nas aberturas em madeira - como cimalhas de diferentes tamanhos, arcos e adornos decorativos.
Podemos afirmar, que mesmo observando a presença das características da arquitetura alemã, através da adoção de alguns elementos - misturou outros elementos à  composição final que lhe forneceu o perfil de uma arquitetura eclética.
Centro de Rio do Sul






Detalhes

Estrutura
Sua estrutura também  é autoportante - a partir do uso de tijolos maciços aparentes, lembrando um pouco da arquitetura alemã conhecida Backsteinexpressionismus - Arquitetura expressionista com tijolos ou expressionismo em ladrilho - é uma arquitetura característica do norte da Alemanha que surgiu a partir da segunda década do Século XX. Foi marcante e contribuiu muito para a formação da identidade da paisagem daquela região após a primeira Guerra Mundial a partir da colocação dos tijolos foi criado o decorativismo nas fachadas saliências - característica do art déco  brasileiro.

Aberturas: 
As aberturas possuem elementos clássicos como, diferentes tipos de arcos e também sua distribuição simétrica nas fachadas. São estruturadas em madeira com partes envidraçadas. As janelas e portas são feitas em duas folhas. Todas as aberturas receberam cimalhas - de variados tamanhos e espessuras - coloridas em cor branca, como também, as fugas das paredes de tijolos aparentes. Observamos igualmente que as portas tem almofadas envidraçadas.

































Telhado 
O movimentos dos panos de telhados respeitam a simetria das fachadas nas quatro elevações. Recebeu decorativismo na parte do forro dos beirais em madeira - como eram feitos em edificações na Alemanha. Também, a estrutura do telhado foi feita de madeira. Apresenta parte das cumeeiras "quebradas" criando espigões menores. A inclinação do telhado não é tão acentuada como eram construídas as tipologias com estrutura em enxaimel e também outras,  na região. As aberturas da parte inferior e superior, apresentam linguagens diferentes, o que reforça a ideia de tratar-se de uma arquitetura vernacular do imigrante alemão - eclética - munidas com estilos de diversos gosto e arquitetura.
O telhado é coberto por telhas planas ou germânicas de barro.

Fechamento
Fechamento, ou paredes, são feitas de tijolos maciços aparentes.

Tipologia da Edificação
Pela presença de alguns elementos de diferentes estilos de períodos históricos diferentes, a arquitetura do patrimônio histórico arquitetônico é eclético. Com fechamento e estrutura feitas a partir do uso de tijolos maciços, aberturas de madeira, telhas planas de barro e o conjunto do telhado feito a partir de diferentes panos.

Outras imagens
























Ponto Chic

Também é mais uma edificação do Rio do Sul datada da década de 1930. Sua obra terminou no ano de 1935. É uma grande edificação de uso misto - comercial e residencial, com mansarda e ocupação máxima do terreno onde foi edificada. Seu alinhamento é feito sem afastamento da Rua XV de Novembro, ou seja - alinhada à rua, cuja fachada principal é voltada para a área central da cidade.
Sua arquitetura tem como suporte a arquitetura alemã, mas, mais uma vez têm agregado no conjunto, a presença de elementos e características da arquitetura internacional de outros períodos históricos. Por isso pode se dizer, que sua linguagem arquitetônica está dentro do ecletismo.
Tem dois pavimentos e a presença do sótão utilizável - Mansarda.


Fachada Principal - Está em reformas no momento presente - feitas pelo proprietário.  Bom exemplo. 

Sua localização está na região central da cidade de Rio do Sul - no início da Rua XV de Novembro.





Mesmo que sua fachada principal, visível a partir de muitos ângulos, sugira uma planta retangular,  essa é em forma de "L" também não muito regular. Apresenta elementos característicos da arquitetura clássica, da arquitetura alemã, com a presença de singelo decorativismos nas cimalhas, frisos e formas do art déco. A simetria em suas fachadas tem forte destaque e transmite os ideais do classicismo. A mansarda no telhado lhe confere e sugere a herança transmitida no modo de construir do imigrante alemão. O canto de esquina levemente arredondado, sacada arredondada e os frisos verticais na fachada, faz com que percebamos que também essa arquitetura se apropria de elementos do art déco, estilo vigente no período de sua construção - aqui no Brasil. 
Novamente concluímos que trata-se de um belo exemplar eclético, cujo perfil varia de região para região no país e no mundo - dependendo de influência predominante local.

Detalhes

Estrutura
Aparentemente temos mais uma edificação histórica, dentro das cinco analisadas, com a presença de paredes estruturais a partir do uso de tijolos maciços rebocados. Ou seja, é uma construção autoportante, onde os tijolos foram rebocados. 
Intriga-nos, como foi construída a sacada da fachada frontal. Pois visualmente é desprovida de elementos estruturais à vista e sua aparência é "leve" desprovida de robustez.

Aberturas: 
Detalhes da cimalha decorada
As aberturas tem características predominantes da casa da edificação feita pelo imigrante alemão. São feitas de madeira com vidraças - as janelas - apresentam duas ou mais folhas de abrir
As janelas receberam um elemento decorativo - cimalha - como também foi colocado uma sanca junto ao beiral do telhado - nas paredes externas de todas as fachadas - elementos decorativos suave e delicado. As portas do pavimento térreo são todas do tipo de uso em ambientes comerciais - nesse momento, estão sendo reformadas. Originalmente eram portas de rolar de ferro. Como mostram imagens antigas, também haviam janelas no pavimento térreo.

Telhado 
 Telhado feito tipo "4 águas"- dispensando o frontão. Há a presença da mansarda e do galbo - panos de telhado com a presença de duas inclinações, ou uma quebra, como mostra o desenho abaixo. Isso é feito para melhor aproveitar o sótão.









Na cobertura foi usada a telha plana ou germânica de barro cozido.
A composição dos panos ou águas do telhado, teve uma adequação à planta irregular, mas sempre buscando o maior efeito da simetria e "escondendo" um pouco e dificuldade em efetivá-la a partir do projeto.
Há um telhado reto - cobrindo somente um parte da construção provida somente de um pavimento. Esse está voltado para a rua XV de Novembro.



Fechamento
Fechamento, ou paredes, são feitas de tijolos maciços rebocados. com adornos verticais - e frisos lisos - característica do art déco.

Tipologia da Edificação
A tipologia do Ponto Chic apresenta um volume irregular, porém com a preocupação de destacar uma certa simetria na fachada principal - voltada para o norte e para o centro da cidade de Rio do Sul. 
Sua fachada simétrica "clássica" composta com elementos do art déco e elementos da arquitetura do imigrante alemão - telhado, fez-nos lembrar de outra casa comercial histórica, que não está mais na paisagem - foi demolida, no bairro de Itoupava Seca Blumenau e que teve grande importância na cidade nesse mesmo período - Comercial Paul que mais tarde foi a sede da Gaitas Hering.
Observem a semelhança mediante o uso de determinados elementos - principalmente a sacada (essa com a estrutura aparente - o que não acontece na edificação de Rio do Sul - o qual favoreceu muito a plástica), telhados e a simetria da fachada. Também essa edificação histórica de Blumenau tinha sua fachada principal voltada para a direção do centro de Blumenau - Rua São Paulo.
São projetos, profissionais e materiais de uma mesma época - na região - que construiu uma arquitetura com linhas semelhantes (identidade da cidade da região), marcando um momento do modo de morar e trabalhar nas cidades, durante um determinado período histórico.
Casa Paul - Bairro Itoupava Seca - Blumenau


Parabéns aos responsáveis pela boa conservação de seu patrimônio histórico arquitetônico na cidade de Rio do Sul. É sua história contada na paisagem da cidade e também elementos da identidade que forma a alma da cidade.

Para ler mais sobre esse bairro de Blumenau - Clicar sobre: Um passeio pelo Bairro de Itoupava Seca e um pouco de sua História

Outras imagens





































Bar Germânico
Construção do ano de 1929 - Uma das primeiras tipologias construídas na região em forma e material. Reproduziam a planta da edificação em enxaimel com outro material, na época mais barato, que era madeira. Muitas vezes tratava-se da casa temporária, para depois construir uma casa em enxaimel ou de "material", que no caso era alvenaria de tijolos, independente da estrutura. 
Eram construídas no interior - longe do Stadtplatz - como é o caso desse exemplo, ou mesmo, nas centralidades, onde essas edificações quase não existem mais. Ao longo da história das sociedades e das cidades, foram substituídas por outras edificações com "material mais nobre", em outros períodos históricos.
Essa edificação histórica, onde funciona o Bar Germânico, está localizada na Estrada Alto Bela Aliança ou Rua Gustavo Hasse - Rio do Sul.
É a mais original das cinco edificações históricas analisadas nessa postagem, sob a ótica da arquitetura regional.

As primeiras edificações dos pioneiros alemães, geralmente eram formadas a partir do corpo principal da edificação onde estavam localizados os ambientes da sala e o quarto do casal e,  se fosse o caso, o quarto da filha (para acessá-lo era necessário passar pelo interior do quarto do casal). Na frente, sob um telhado com outra inclinação, estava a grande varanda que ocupava toda a extensão da fachada principal, geralmente paralela a rua, para a qual dava acesso, um caminho reto ladeada de flores. Na parte posterior, através de um alongamento, e também sob um telhado com inclinação diferente, estava a cozinha e a dispensa. A edificação sempre tinha mansarda - sótão utilizável - onde estava o quarto dos rapazes ou filhos homens. A planta final era quase  sempre uma planta quadrada.
Tipologia centenária enxaimel da região de Blumenau - interior de Itoupava Central.
Casa construída com fechamento em madeira, tijolos e estuque.Planta semelhante à planta do Bar Germânico
A edificação do Bar Germânico teve seu uso modificado - de residencial para a qual foi construída, para comercial.

Detalhes

Estrutura
Quase sempre a estrutura dessas edificações, nesse tempo, eram feitas tipo enxaimel - que reporta exatamente para a estrutura. Muitos se enganam, que o enxaimel é aquela edificação histórica que tem tijolos à vistas e caibros inclinados. Não procede.
A estrutura enxaimel é a estrutura de madeira, nessa época usada por quase todos os imigrantes alemães. O fechamento é que mudava. Quem podia o fazia, com tijolos maciços.

Casa enxaimel onde viveu a professora da E.B.M Machado de Assis - Professora Norma Dignart Huber demolida no ano de 2017 - para ler mais sobre - Clicar sobre: Uma tipologia em enxaimel a menos - Bairro Vila Nova - Blumenau.
Estrutura de madeira - Enxaimel




Para ler sobre o enxaimel - Clicar sobre: A Técnica Construtiva Enxaimel 

Aberturas: 

As aberturas da edificação estudada do interior de Rio do Sul onde atualmente funciona o Bar Alemão são muito simples - de uma edificação realmente poderia ser temporária. As janelas do sótão são de madeira sem vidro e as do corpo principal, de duas folhas, já envidraçadas.
Geralmente as aberturas poderiam ser reaproveitadas em uma nova edificação. Eram feitas por carpinteiros locais que traziam a técnica construtiva - ofício - da Alemanha.
Porta de madeira com almofada de vidro.


Telhado

Em duas águas com a presença do galbo - quebra através da mudança da inclinação do pano do telhado. Assim era feito para o aproveitamento do sótão e o anexo das extensões onde surgia o espaço da varanda e da cozinha. Uma das características da edificação dos pioneiros era de fazer o assentamento dessa no terreno de tal maneira que a cumeeira (de duas águas) ficasse paralela com a rua ou estrada, afastada alguns metros, espaço ocupado pelo caminho, cerca e jardim.
A estrutura do telhado também é de madeira e a cobertura foi feita com telhas planas ou germânicas.

Fechamento
Das cinco tipologias dos exemplares do patrimônio histórico arquitetônico analisados nesse espaço, é a única tipologia que apresenta o fechamento em madeira, tão usada e tão forte na formação da identidade "de morar" através da arquitetura vernacular regional e local do Estado de Santa Catarina. Muitos exemplares - os últimos, estão sendo desmanchados pela indústria dos "Móveis de demolição", que em nossa opinião de arquiteta, reflete um gosto duvidoso. Isso acontece, para ostentar a madeira, material noutrora tão desprezada e atualmente, é um material restrições de uso, por isso, de difícil aquisição - valores alto e limitações de reservas naturais e de remanejo - reflorestamento. Ostentar o poder aquisitivo. Ao contrário, poderiam tomar esse exemplo e preservar a história na paisagem.

Tipologia da Edificação
A tipologia da edificação na qual funciona o Bar Alemão - na cidade de Rio do Sul é um exemplo de edificação construída pelos primeiros pioneiros que chegaram à região - imigrantes alemães. Foi construída em madeira, material barato e abundante na época - segunda metade do Século XIX e na primeira metade do Século XX e, também na década de 1960 - auge da extração da madeira no Estado de Santa Catarina. A tipologia da casa do pioneiro que chegou a essa região, era composta, a partir de uma, planta quadrada que recebia os anexos da varanda e da cozinha.  Além da varanda e da cozinha localizadas no anexo, a edificação disponibilizava o sótão para uso - onde estava o quarto dos rapazes. A sala e o quarto do casal/filha ficava no corpo principal da edificação - sob o sótão.
O telhado, quase sempre era construídos em duas águas, com sua cumeeira paralela à estrada. A varanda estreita, tinha o papel de uma espaço disponível à família, para o descanso, contemplação e também, para criar sombra sobre a parede da fachada frontal - onde  estavam a sala e os quartos. Seu guarda corpo é feito de gradil de maneira, simples. Quando havia possibilidades, o gradil era dotado de  peças trabalhadas e até torneadas.
A edificação toda ficava suspensa do chão, para ventilação e isolamento da umidade. Para isso, eram usados pilaretes feitos de pedra
As aberturas do corpo da casa possuem vidros, o que não acontece com as janelas do sótão.
Belo exemplar.
Iremos visitar e fazer fotos, logo que for possível.





Outras imagens












O rancho













Arquitetura do Vale do Itajaí, antiga Colônia Blumenau - 5 exemplares únicos e diferentes entre si, que ainda estão na paisagem da cidade de Rio do Sul. Parabéns à equipe da pesquisa! Fazem um bom trabalho envolvendo o Patrimônio Histórico Arquitetônico - Exemplo.

Abraços de Blumenau.


Em construção!








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