domingo, 31 de dezembro de 2017

Réveillon - comemoração do Ano Novo 2018

O Reveillon - é a comemoração da transição -  do encerramento do ano que finda e as boas vindas do ano que inicia - Ano Novo. Este ano novo, que seja bem vindo, é ano de 2018.
O termo Réveillon tem origem no verbo francês Réveiller - despertar - acordar, "deixar de dormir". Do latim: velare - cuidar, velar, não dormir. O termo usado na França, é normalmente usado no período de natal. No Ano Novo, é usado a expressão: Réveillon de la Saint Sylvestre, pois dia 31 de dezembro é o dia de São Silvestre. 
Réveillon - De uma maneira geral, ao longo do planeta, é a expressão usada para denominar as comemorações  para receber o Ano Novo. 
As festividades de comemoração da passagem do Ano Novo são  muito antigas. Nasceu no seio do povo que inventou a escrita e a roda - berço da cultura ocidental: Mesopotâmia. Sua origem tem ligações com os rituais ligados à natureza, aos ciclos celestes e lunares e à agricultura. Ciclos - ligados a ideia do recomeço - como acontece, também nos dias atuais.
Os primeiros registros desta comemoração na Mesopotâmia, são de 2000 AC. A festividade era conhecida como Festival de Ano Novo. Na Babilônia, iniciava no equinócio da primavera.

Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o Ano Novo no dia 23 de setembro. Os gregos, celebravam, o início do novo ciclo entre os dias 21 ou 22 de dezembro.
Os romanos, em 753 AC,  criaram uma data dentro de seu calendário,  para comemorar a grande festa de encerramento do ciclo anual e início de outro. Naquela época o Ano Novo iniciava no dia 1° de março. Depois, foi oficializado, através de um decreto do  Imperador Júlio Cesar, em 46 AC,  que o dia 1° de janeiro fosse o primeiro dia do Ano Novo.
Na época de Júlio Cesar, os romanos dedicavam este dia a Jano- Deus dos portões. A sua dupla face simboliza o passado e o futuro - uma voltada para frente (futuro) e a outra para trás (passado). O deus Jano é o deus dos inícios, decisões e escolhas. Seu nome deu origem ao nome do mês - janeiro. 
Moeda romana com a imagem do
 deus Jano
Antes do Império Romano tornar-se cristão, era politeísta - com a presença de vários deuses - herança oriunda dos mesopotâmicos. Os festejos de virada de ano era uma prática destes tempos entre esta cultura. Não se tinha notícia que o povo judeu e os cristãos, comemorassem esta data, naqueles tempos.
A ordem dos meses, dentro do calendário romano, tinha a sequência de janeiro a dezembro, como o é na atualidade. Era assim desde o Rei Numa Pompilius, cerca de 700AC, de acordo com Plutarco e Macrobius.
Papa Gregório VIII
Durante a idade média, vários outros dias foram considerado  primeiro dia do Ano Novo, entre diferentes povos. Como por exemplo: 1° de março, 25 de março, 1° de setembro, 25 de dezembro. Em vários países do ocidente, o dia 1° de janeiro é considerado feriado nacional. Em 1582, a Igreja Católica de Roma adotou o calendário gregoriano criado pelo Papa Gregório VIII e então ficou consolidado a data de 1° de janeiro, como o primeiro dia do Ano Novo.

Em 1755, por exemplo, a Inglaterra e todos os países sob seu domínio, ainda consideravam que o Ano Novo iniciava no dia 25 de março. Depois desta data, os ingleses adotaram, também, o dia 1° de janeiro com o primeiro dia do Ano Novo. Com a expansão da cultura ocidental e o desenvolvimento tecnológico nas comunicações, foi adotado o calendário gregoriano e o seu significado de Ano Novo com as respectivas comemorações - no dia 1° de janeiro, em quase todo o globo.
A data do dia 1° de janeiro não é comemorada em alguns países, como por exemplo: Israel, Japão, China e Índia. Na China a festa da passagem do ano é comemorada no final do mês de janeiro, com desfiles e show´s pirotécnicos. No Japão, o Ano novo é comemorado nos três primeiros dias de janeiro. Os judeus comemoram o Ano Novo - o Rosh Hashaná - festa das trombetas - em setembro ou no início de outubro e dura dois dias. Os islâmicos celebram seu Ano Novo em meados de maio - corresponde ao aniversário da Hégira - emigração - cujo ano "zero" está relacionado com o ano 622, quando o Profeta Maomé deixou Meca e seguiu para Medina.
Em alguns países da América Latina, a partir do enfoque cultural, existe uma leque de tradições e crenças em torno desta data, inclusive no Brasil. Algumas tradições mais comuns:

Cor da roupa
Yemanjá

Cor Branca  (mais comum)

No Brasil e em alguns outros países - é resultado da influência da cultura e mitologia africana (Yoruba) - Umbanda e Candomblé. No Brasil, o hábito de festejar junto ao mar tem origem da homenagem a Yemanjá - orixá africana que tem ligação com a expressão yoruba Yéyé omo ejá - Mãe de todos os peixes. Yemanjá é filha de Olokun - Dono do mar e a orixá é considerada - Rainha das águas. Ficou popular no Brasil, a partir do Rio de Janeiro, cenário propagado pela televisão nacional, para todos os cantos do país. A celebração da virada de ano no Rio de Janeiro, com a presença de milhares de pessoas - quase sempre vestidas de branco, tem o tradicional banho de pipoca e o pulo de sete ondas -  maneira de pedir sorte à orixá. Estas práticas são propagadas e as pessoas repetem em grande parte do território nacional.
Geralmente as homenagens à 
orixá são feitas nas praias ou mesmo, dentro do mar, na virada do ano que termina para o Ano Novo, atualmente, não somente no Rio de Janeiro, mas na costa brasileira. 
Divulgação do sincretismo religioso e seus rituais, pela mídia.

Programa televisivo e seu apresentador, filmam na praia de Copacabana - Rio de Janeiro, oferecendo oferendas à Orixá - Yemanjá -  transmitido em Rede Nacional.

Dentro da mitologia africana, crenças e tradições foram trazidas pelos africanos que eram comercializados na costa da África por seu próprio povo e trazidos cativos para o Brasil através de navios negreiros para trabalhar para os colonizadores portugueses, que exploravam o país nesta época. A cor branca fez e faz parte dos rituais da religião trazidos por este povo e está presente no Brasil, até os dias atuais. Atualmente, a religião dos descendentes daqueles africanos recebeu influência e foi um pouco modificada, devido o contato com o cristianismo português, que fez surgir o sincretismo religioso, presente no país. Atualmente, a cor branca nas roupas é usada, com o mesmo significado dos tempos passados, embora muitos desconheçam-no e também, sua origem histórica.
Lavando as escadarias da Igreja do Bonfim - Salvador

Sincretismo 

Continuando...
Não importa o Orixá e nem o Santo, cada Filho de Santo se veste de branco, quando presta uma homenagem ao Pai e aos Orixás. Contam, que uma entidade da Umbanda, conhecida Caboclo das Sete Encruzilhadas, sugeriu que os médiuns, sacerdotes ou qualquer pessoa que participassem da sessão religiosa, vestissem roupas brancas.
A cor branca sempre foi usada, por representar a paz e a fraternidade
Também nas antigas ordens religiosas do Oriente, a cor branca significa elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade. Na antiga Índia, os Magos Brancos - utilizavam vestimentas brancas - eram assim chamados, por utilizarem sua magia para o bem. A cor branca também passa a sensação de limpeza, paz, harmonia, critérios observados para uniformes dos profissionais da área da saúde e do ensino. Sob o enfoque científico, pesquisa de Isaac Newton, constatou-se que a luz solar (branca), quando atravessa um prisma de cristal, desdobra-se nas cores do arco íris, concluindo que cor branca possui em si todas as demais cores.
Podemos concluir, que o costume de usar a cor branca  - no Brasil, durante as comemorações da virada de ano, tem origem no sincretismo religioso, a partir de duas culturas e atualmente está inserida na cultura do país e na religiosidade do país. Muitos participam das comemorações do Ano Novo, vestidos de branco, desconhecendo a origem e o significado do branco na indumentária.

Conhecer é preciso.
Prosseguindo...

Cor amarela - Uso recente e representa a prosperidade e riqueza material. Seu significado está  relacionado à cor amarela do metal - ouro.

Cor Verde - Uso recente e representa a natureza. Também tem relação com a prosperidade, através da renovação da esperança.

Cor Azul - Uso recente e representa bonança e prosperidade.

Cores escuras (marrom, preto, cinza) De acordo com os credos, devem ser evitados no Réveillon, pois podem atrair, tristezas e mau agouros.

Alimentos, que não podem estar na mesa das festividades do final do ano, de acordo com as tradições e superstições, no Brasil, são:

Aves (inclusive peru e chester): Dizem que a felicidade voará de sua casa junto como a ave. Também observam que "ciscam" para trás, isto pode significar  um "retrocesso" à vista.

Louro - Acreditam, igualmente, que o louro chama dinheiro. Dizem que se colocar uma folha do vegetal na carteira, pode funcionar. Também, como tempero das iguarias da ceia de Réveillon.
Romã
Romã - Acreditam pela grande produção de sementes da fruta, pode trazer felicidades. Alguns dão a seguinte dica; No primeiro dia do ano, colocar uma semente de romã, na primeira panela de arroz que cozinhar e uma semente na carteira, que deverá permanecer na mesma, durante todo ano até o próximo Réveillon, quando poderá ser substituída.

Existem outras tantas crenças e práticas, as quais não listaremos aqui. Quem se interessar, vale a pena uma pesquisa, a partir da Antropologia. Nossa intensão e objetivo é provocar a curiosidade e motivar a busca do conhecimento, desprovida de etnocentrismo. Sabemos que há muitas práticas ainda que variam de região para região, de país para país, praticadas neste período do ano. 
Quanto às boas expectativas para o Ano Novo, nós acreditamos que, a partir de cada ação, "colhemos" as reações, boas e não tão boas. Se, não tão boas, observemos com atenção, pois pode tratar-se de "remédio amargo" útil na nossa jornada. Tudo realmente tem um sentido maior e os momentos não tão bons, se observados,  podem ser que não sejam tão ruins, como percebemos.

Desejamos muita sabedoria a todos, neste ano de 2017.

Que seja mais suave e tranquilo do que foi o ano de 2017!
Passaremos a virada do Ano Novo na cidade de Blumenau. Durante a passagem de ano, entre abraços e lembranças daqueles que não estavam presentes, com votos de "um mundo melhor" a partir dos bons momentos, brindaremos.

Show pirotécnico - é uma prática que teve origem no Oriente. Vivemos e praticamos um conjunto de diferentes hábitos e costumes, repassadas, durantes muitos séculos, de pai para filho. Muitas vezes só repetimos, sem a consciência.  É importante conhecer para que não nos percamos da essência.
Prost Neu Jahr!
Feliz Ano Novo!

Em Breve fotos da virada  2017/2018 - Em Construção
Feliz 2018!
Glückliches Neues Jahr !!















Nossa participação, através de uma entrevista -  na programação do dia 26 de dezembro de 2017 da  Rádio Gazeta AM - de São Paulo - falando sobre o tema dessa postagem. Para ouvir - Clicar sobre: Blogueira de cultura explica as razões das crenças nesta época do ano.















sábado, 30 de dezembro de 2017

Musik in der Nacht

Guten abend Freunde!
Um pouco de música na noite...








Bis Morgen!!




Culto de Natal - Comunidade Luterana de Itoupava Seca - Blumenau SC - 2017


Como rege a tradição em algumas comunidades de Blumenau e de outras cidades da região do Vale do Itajaí - há muitas décadas, ou talvez desde a primeira década de existência da grande Colônia Blumenau - na sua véspera de Natal, todos se encontram na igreja para agradecer e celebrar a data festiva em família e entre os amigos da comunidade. Geralmente as famílias deixam as primeiras providências organizadas para a comemoração na casa, antes de ir à igreja.
Foto do Museu Universal  Joanneum






















Leopold Franz Hoeschel - foi o primeiro Cônsul Honorário do império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau
Nós participamos do culto de Igreja Martin Luther, localizadas no bairro de Itoupava Seca, antiga nucleação de Altona do Professor Max Humpl.
Equipe da Eslováquia filmando na Igreja Luterana de Itoupava Seca
Projeto do Arquiteto Hans Broos.
Já falamos sobre a arquitetura da igreja Luterana de Itoupava Seca, em alguns momentos. Um deles, foi quando mencionamos o Arquiteto Hans Broos, arquiteto que assinou o seu projeto e que partiu no ano 2010. Um documentário está sendo feito sobre sua vida e sua obra no Brasil, por uma Equipe da Eslováquia, país atual, onde está a cidade natal de Hans Broos.
O culto de Natal da Comunidade Luterana de Itoupava Seca foi ministrado pelos Pastores: Renato Kreutzberg e Luciano Miranda Martins.
Pastores Renato e Luciano
O culto iniciou às 19:00h. Um pouco antes, às 17:00h, tinha acontecido o culto no idioma alemão: sobre o qual já comentamos nesse Blog. Para ler acessar o link : Refletindo...Culturas do Brasil...
O ponto alto da celebração, foi o momento, após o momento que as velas do Weihnachtsbaum foram acendidas - todos os membros da comunidade, sob a luz, cantaram "Noite Feliz" - Stille Nacht. 
As Imagens Comunicam...
Preparativos antes de ir à igreja







Na igreja...















Coro Martim Luther


















Canções canta pelo Coro Martin Luther









Acendendo as velas da árvore de Natal

























































Frohes neues Jahr 2018