sábado, 21 de março de 2015

Blumenau - Crescimento desordenado e aparente ausência de critérios - Propriedade dos Deeke

O blumenauense Hercílio Deeke - filho de José Deeke e de Ema Maria Rischbieter Deeke e pai de Niels Deeke (Historiador de coração) - foi Prefeito da cidade de Blumenau por dois mandatos - de 1951 até 1956 e de 1961 até 1966. Também foi Deputado Federal no Rio de Janeiro - capital do Brasil, com mandato entre 1955 e 1959. 
Hercílio Deeke tinha sua casa localizada na rua Sete de Setembro, uma belíssima tipologia eclética construída na área central da cidade, dentro de um terreno que possibilitava grande quintal e plantio de árvores, entre elas, pinheiros. A rua Sete de Setembro apresentava uma topografia acidentada a partir de vale e morros. A casa da família Deeke foi construída sobre uma destas partes mais altas.
A fotografia do acervo de Bruno Kadletz, mostra a região, entre os anos de  1931 e 1954.


Para Ler mais sobre  Hercílio Deeke - Clicar sobre: Hercílio Deeke 
Em 2012, assistimos a demolição da casa de infância de Niels Deeke - Casa de Hercílio Deeke. Tentamos imaginar a sua reação diante do acontecido  com parte da História de Blumenau - inserida na paisagem urbana da cidade - área central de Blumenau.
No alto, meio da fotografia - a residência do Sr. Hercílio Deeke ao lado da Terraplanagem para a construção de uma Grande Loja de Materiais de Construção que chegou na cidade de Blumenau - Fotografia de 2012.












Localização da Residência de Hercílio Deeke - Demolida no 1° Semestre de 2013
Local da região da terraplanagem visto do alto de um edifício da Rua XV de Novembro - com a presença dos dois pinheiros centenários.


Durante a obra, construíram um muro, que caiu pelo efeito das chuvas. com maquinário retiram a terra até o nível da  rua, dos dois terrenos - Do terreno da loja e do terreno da família  Deeke.





No ano de 2014, é feito um terraplanagem e a residência de Hercílio Deeke é demolida - Ficam os dois pinheiro sobre um barraco, com aparente ausência de estabilidade. A loja de Material de Construção é inaugurada e o Terreno da Família Deeke está sendo preparado para construir um edifício.
Neste ano de 2015, observamos que os pinheiros estavam definhando. Observamos um pouco melhor e constatamos que estes foram machucados e parte de sua casca removidas, o que, sem dúvida, sucumbiram e pereceram - últimos testemunhos dos tempos da família Deeke. O terreno tornou-se um canteiro de obras construído para a execução do projeto do edifício.








Marcas da retirada da casca do grande pinheiro - para que este sucumba - o que já está acontecendo



Blumenau transmutando e perdendo gradativamente...
 sua identidade e os ícones que marcaram seu tempo!




2 comentários:

  1. Ao ler

    Em 2012, assistimos, sem poder fazer nada, a demolição da casa de infância do Sr. Niels Deeke - Casa do Sr. Hercílio Deeke. Tentamos imaginar a sua reação diante do pouco caso com parte da História de Blumenau - inserida na paisagem urbana da cidade.

    A pergunta que não quer calar: a casa do Sr Niels foi roubada, tomada por alguém? Ou o Sr Niels a vendeu?

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  2. Bom dia Juliano. A responsabilidade destes feitos não está sob a responsabilidade de pessoas físicas. Estas agem dentro do mercado imobiliário que é uma fração da sociedade.
    A responsabilidade existe e é responsabilidade de uma consciência coletiva e principalmente, do poder público. Isto acontece mediante a ausência de políticas públicas adequadas e comprometida com a paisagem da cidade - criando diretrizes através de sua legislação, dentro dos vários campos e áreas , onde ocorrem as relações da cidade – cujo cenário permanece – e nós passamos deixando nossas “marcas”.
    Uma Legislação comprometida com a identidade, espaços públicos e patrimônio da cidade – sem pender para grupos isolados e vantagens do mercado imobiliário. Para isto além de manter, aplicar, coordenar, fiscalizar estas diretrizes, a administração, através do Instituto de Planejamento e Pesquisas – formado a partir de uma equipe interdisciplinar de profissionais das diversas áreas afins do planejamento, deveria estar em permanente contato com os proprietários, não somente com o intuito de emitir multas e postar-se do “lado oposto”, mas com a legitima valorização, conscientização e apoio na manutenção destes patrimônios e espaços. Não podemos fazer nada para evitar esta transformação da paisagem de Blumenau - coordenada apenas pelo mercado imobiliário, muito bem lembrado pelo senhor. Mas nada nos impede de, ao menos, de registrar, para que as futuras gerações tomem conhecimento desta parte da história de Blumenau.
    Abraços cordiais e agradecemos sua importante contribuição e questionamento.

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