segunda-feira, 17 de março de 2014

Museu etnológico de Colônia investe no público infantil

Deutsche Welle

Além de atrair adultos interessados em cultura, ciência ou tecnologia, museus da Alemanha tentam cada vez mais servir de espaço de aprendizado para as crianças.
A presença de oito crianças, entre 5 e 11 anos de idade, no Espaço Oriental do Museu Etnológico Rautenstrauch Joest, em Colônia, no oeste alemão, é recorrente. Num espaço cheio de tapetes orientais e móveis que remete à história do Oriente, são oferecidas oficinas especiais para crianças.
A etnóloga Laura Winkler oferece com regularidade visitas guiadas pelo museu, em que explica como populações indígenas vivem em suas tendas e costuram seus calçados, ou ensina como fazer um "livro mágico" do Oriente. Além de outros detalhes interessantes para os pequenos visitantes.
Primeiro, Laura passeia com as crianças pelas salas do museu, para depois trabalhar as impressões delas em atividades manuais. "Temos muitos admiradores entre as crianças, algumas vêm regularmente", conta a etnóloga. Passar uma tarde no museu acaba sendo não só interessante para conhecer o espaço, mas principalmente porque ali as crianças podem desenvolver uma série de atividades, completa.
Museu interativo
Museu atrai atenção das crianças
Este é exatamente o conceito do Museu Etnológico de Colônia: fazer com que os visitantes mirins se divirtam, enquanto aprendem coisas novas. Para o diretor da seção infantil do museu, Peter Mesenhöller, tais atividades fomentam a criação de novas gerações de um público interessado em museus, além de ampliar os horizontes das crianças para a existência de outras culturas. Algo que o museu, segundo ele, consegue fazer de maneira bem mais lúdica que aulas de geografia ou de história nas escolas.
Além disso, as crianças podem entender melhor como funciona a estrutura de um museu. "Grupos escolares aprendem, por exemplo, como é organizada uma exposição, do começo ao fim, entendendo que se trata de algo que vai além do ato de simplesmente dependurar quadros", completa Mesenhöller.
E foram as próprias crianças que ajudaram na criação do Juniormuseum, um departamento próprio do Museu Etnológico, no qual o visitante jovem anda por uma casa, podendo descobrir, em cada cômodo, detalhes sobre a vida de uma criança de outra região do planeta: há cômodos representando a vida das crianças em Sierra Leone, Canadá, Turquia ou Alemanha.
Numa tela, os moradores mirins dos países retratados falam sobre seu cotidiano: enquanto a menina japonesa Naoko conta o que faz depois que volta da escola, o canadense Steve fala não só sobre basquete, mas também sobre suas raízes indígenas. E a alemã Anna-Lena mostra seu quarto.
Mais interessante que a escola
Oficinas para os pequenos em museu de Colônia
Para Peter Mesenhöller é sobretudo importante que o Juniormuseum chegue, com suas oficinas, também a pais e crianças que normalmente não frequentariam um museu. Graças a um patrocinador, as oficinas são todas gratuitas ou de baixo custo.
Desde os anos 1960, a pedagogia museológica é uma área de importância na Alemanha. O museu é visto como um local que não deve somente atrair uma elite cultural, mas também garantir sua função de local de aprendizado para o público em geral. Hoje em dia, a tendência nesse sentido é tamanha que o museu, antigamente visto como templo da arte, vem se transformando quase num parque de diversão.
Especialmente no que diz respeito às crianças, as ofertas educativas são diversas. Mas o que as crianças de fato gostam, segundo os especialistas, é quando podem tocar nos objetos expostos. Na visita guiada ao Museu Etnológico de Colônia, elas podem, por exemplo, sentir pelos de animais fechados numa caixa, para depois adivinharem de qual animal é o pelo em questão.
"Mais legal do que na escola"
Christian: aluno constante nas oficinas do Museu
Durante a visita, depois de uma passagem pela cabana dos nômades, com paredes de decoração oriental e cenas de representação do cotidiano, com camelos e tuaregs, as crianças seguem para a sala de trabalhos manuais, onde devem elaborar as informações recém-adquiridas na confecção de um "livro mágico".
Pintura, trabalho com papel e purpurina, entre outros, fazem parte das oficinas. Christian, um dos frequentadores mais assíduos, já participou de diversos workshops. "É de qualquer forma mais legal do que na escola. Gosto de vir aqui porque aprendo coisas novas e no fim sempre posso montar alguma coisa", diz ele.
Segundo Laura Winkler, histórias de piratas e temas relacionados a populações indígenas são alguns dos tópicos das oficinas, que duram em torno de duas horas, oferecidas pelo Museu Etnológico.
  • Data 11.03.2014
  • Autoria Suzanne Cords (sv)
  • Edição Roselaine Wandscheer

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