segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Correspondência Oficial 1881 - Sobre Imigração italiana - Colônia Blumenau

Imigrantes trentinos (1875) e seus primeiros filhos nascidos no Brasil. Em pé : Sr. Antonio Dee Pin (de Luigi), Sr. Massemino Moser (de Nicolà), Sr. Antonio Tonet (de Francesco), Sr. Benniamino Fruet (de Valentino), Sr. Germano Depiné ( de Carlo), Sr. Luiggi Sardagna. Sentados: Sr. Giovanni Battista Fiamoncini, nonno Titi - de Bernardo, Sr. Nicola Moser, Sr. Giovanni Tonet, Sr. Valentino Fruet, Sr. Giacomo Furlani.
Imigrantes oriundos da Itália (Desde 1875) também ajudaram a construir a rede de cidades do Vale do Itajaí a partir da rmigração para a grande Colônia Blumenau. Logo estaremos apresentando uma postagem, entre outras, colocadas posteriormente, sobre estes imigrantes com cultura, história e também, nacionalidade diferentes daqueles que fundaram a Colônia Blumenau, oriundos da Alemanha. Foram acentados em locais diferentes, formando nucleações urbanas distintas e com características próprias. O perfil cultural dos grupos étnicos logos foram notadas pelos primeiros administradores da colônia, que perceberam desajustes sociais causados por estas e outras questões. Dentro de cada povoação, cada um seguia sua propria cultura, no entanto eram submetidos às regras gerais da colônia, implementadas e cobradas de todos, indistintamente e estavam sob mesma coordenação a partir do Stadtplatz da Colônia Blumenau.
Apresentamos uma correspondência oficial enviada pelo Diretor da Colônia Blumenau ao Presidente da Província abordando questões sobre imigrantes italianos que viviam nesta colônia.
Imigrantes Italianos - Colônia  Blumenau
A correspondência foi encontrado no Setor de Documentos raros da Biblioteca Central da UFSC, onde o original se encontra arquivado.


 Transcrição da Correspondência

N°40 Diretoria da Colônia Blumenau, 9 de Julho de 1881.
Illmo E Exmo. Snr.

Tendo a honra de devolver o induso offício do Agente Consular de Italia de que trata o de Va. Exa. de 22 do mez pr. passado, não posso infelizmente ainda responder cousa alguma o assunpto, de que aquelle trata, a não ser, que sobre os colonos italiano Luigi Longoni, morador no "Rodeio", e Bortolo Conte, morador "Guaricanas" d'esta colonia não há novidade nem consta, que tenhão tido especial infortunio ou sejão mal arranjados; intimei-lhes logo por cartas, que venhão para cá ou me mandem cartas para seus parentes na antiga patria, mas até hoje elles não fizerão nem uma, nem a outra cousa e eu não tenho meios, para constrangil-os.
Não deixo  de ainda mencionar, que perguntas e pedidos analogos ao actual do Sr. Agente Consular de Italia, me chegão com  bastante frequencia de outros consulados e Legações  e mesmo directamente da Europa e das pessoas interessadas sobre a sorte  de F. ou S, visto elles desde annos  e mesmo  lustros e deccenios não terem mais dado notícias de se.
No entretanto estes vivem e passão aqui mais ou menos e às vezes muito bem arranjados! Mas não raras vezes elles não querem mais responder  às cartas dos seus parentes, irmãos, cunhadas, primas ou intittulados amigos, que seja porque por elles e na antiga ___________pátria farão menos bem ou mal tratados tratados, ou porque aquelles lhe pedirão dinheiro e auxílios, ou emfim, porque temem, que venhão mesmo aqui procurar e incomodal-os maos sujeitos ou indigentes e indolentos individuos de seu parentesco ou da sua antiga familiaridade. Se, porém, se trata de cobrar  alguma cousa de herança de dinheiro na Europa, quasi sempre logo elles o sabem e escrevem suas cartas. Os bons amigos e parentes, que ficarão na Europa costumão com excepção  dos velhos pais, fazer a mesmíssima cousa: lembrão-se dos caros emigrados ordinaria somente quando teem alguma cousa para pedir e realmente pedem. Explicando-se assim na maioria dos caos mui naturalmente a insitencia  de uns e a taciturnidade dos outros, recomendar-se-hia talvez, que o Sr. Agente Consultor communique estas minhas observações ao próprio Ministério dos Extrangeiros em Roma, porque assim este probavelmente a poupará não pouco trabalho a si mesmo, como também a outros.
Deos Guarde a Va. Ea. Ilmo e Exmo Snr.
Dr. Ivão Rodrigues Chaves
Presidente d'esta Província
         "                "                  "
O Diretor
Dr. H. Blumenau



O casal Nicolla e Giovanna Tamanini
  residiram em Rodeio - Um observação: O traje da Senhora lembra
 muito o traje de Unterfranken - norte da Baviera que foi 
ocupado pelos romanos durante muito tempo no início da era cristã
Para ler sobre Unterfranken - Clicar sobre

22 out. 2013 ... weitere Ansichtskarten folgen... Fonte: Heimat Unterfranken. Ostrajes da região da Francônia tem características que aponta a ligação quanto ...


Entrevista efetuada pela historiadora e Diretora do Museu Histórico da Fundação Cultural de Rio do Sul - Sra. Cátia Dagnoni a um descendente de imigrantes italiano, residente atualmente em Rio do Sul - Sr. Paulo Dalsan que conta um pouco sobre seus antepassados - em Rodeio. Ano da entrevista: 1998.

Entrevistados Paulo e ida Dalsan
Legenda
P – Paulo Dalsan
I – Ilda Dalsan
C - Cátia Dagnoni


Hoje dia 6 de abril de 1998, encontramo-nos na casa de Paulo e Ida Dolsan, na Valada São Paulo, Rio do Sul, onde nos darão uma entrevista sobre a história de suas vidas, com destaque à Valada São Paulo. Paulo Dolsan nasceu no Bairro Itoupava, em Rio do Sul, no dia 01 Janeiro de 1924 e Ida Dolsan nasceu na Valada São Paulo, no dia 13 de julho de 1925.

C – Os pais de vocês ficaram quanto tempo em Rodeio?

I – Quando casaram vieram morar aqui, Trabalhavam na roça, não tinha indústrias naquele ainda. 

P – Eles plantavam muito fumo, vendiam para a firma de Porto Alegre, que vinham buscar aqui. Em Rio do Sul quem comprava quase tudo era a firma Buzzi, eles escolhiam muito bem empacotavam e vendiam para Porto Alegre. 

C- Como eram as estradas?

I- Era uma “lameira” só.

P – Ás vezes, tinha que desembarcar e tirar dois cavalos de uma carroça, colocar na outra para conseguir puxar. Depois, fazer o mesmo na outra carroça, a fim de conseguir passar por aqueles atoleiros todos, puxados com quatro cavalos, para conseguir passar nos buracos. 


I – Puxava madeira daqui dos fundos das Cobras, para a estação de Matador, para ser transportada com o trem. Era tudo levado de cavalo e carroça, tudo assim. A madeira ia para Itajaí, de lá embarcava no navio. 



P – Eu trabalhei 10 anos puxando leite com a carroça. Eu tinha 14 anos, e quando minha irmã casou compramos um carro de mola. Ali onde funcionou a casa 3 Coelhos, estavam embarcados 3 ou 4 comigo, quando chegamos ali, tiveram que desembarcar tudo, or que era só banhado ali. Caso contrário eu não iria conseguir sair daquele banhado. Quase 70 anos atrás. Eram raros os casos de quem não tinha carroça. Eu morava com minha irmã e compramos este carro de mola e eu comecei a trabalhar. Às Vezes, trabalhava dia e noite, tinha quatro cavalos, de dia eram dois, e à noite os outros dois. 

I - Carro de mola era táxi. 


P - Certo dia, chegaram dois médicos de Laurentino, Rio do Oeste, Taió, Pouso Redondo. Eu ia por todos estes lugares, era o único meio de transporte. O primeiro médico que veio era o Rocha e o segundo Gaertner e ele sempre me escolhia, por que eu tinha os cavalos mais reforçados. 

C – Antigamente, para a construção das casas, de onde vinha o material para construir? 
I – Antigamente as casas eram de palmito com barro. Minha mãe viveu em uma casa assim. Nessa época, andava-se muito a pé, era arregaçar as calças e ia embora, o dia todos, das Cobras para Rio do Sul. 

C – Quem ajudou a melhorar a estradas? 
I – Todos os prefeitos que entravam ajudavam na estrada, para passar a turma, por que era só cavalo, para depois poder entrar a carroça.


Para acessar outros documentos históricos - Clicar sobre: 





Nenhum comentário:

Postar um comentário