quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Livro sobre Altona - Momentos do Lançamento

No dia 19 de agosto de 2015 aconteceu o lançamento do livro Crônica do Vilarejo de Itoupava Seca : Altona desde a origem até a incorporação à área urbana de Blumenau  de autoria do Professor Max Humpl  que lecionava na Escola Altona - atual Escola Básica Machado de Assis e na qual estudaram nossa sogra, marido e filhos - três gerações. 
O livro foi organizado pelo casal Sra. Méri Frotscher Kramer e Sr. Johannes Kramer e com tradução do Sr. Adriano Steffler. A publicação foi viabilizada pelo patrocínio da empresa Eletro Aço Altona. 
Sra. Kramer é Doutora em História pela Universidade Federal de Santa Catarina, com estágio de pesquisas de um ano na Alemanha, o que resultou na sua primeira publicação -  Identidades Móveis - Práticas e Discursos das elites de Blumenau - 1925 - 1950,  de  2007. 

Altona era uma das muitas nucleações urbanas da grande Colônia Blumenau. Muitas destas tornaram-se  inúmeras novas cidades no Vale do Itajaí.
 Altona - originário do dialeto da região da cidade Hamburgo, na Alemanha - All-zu-nah - Que significa Bairro perto de HamburgoEm Blumenau, no caso, fazendo uma alusão ao Bairro perto do Stadtplatz. Após as grandes guerras o bairro recebeu o nome de Itoupava Seca e tornou-se um dos bairros mais promissores de Blumenau, sendo que tornou-se  bairro, oficialmente, da cidade -  no dia 28 de abril de 1956, através da Lei N° 717. 


O Bairro Altona - sempre foi muito importante dentro na municipalidade e Colônia Blumenau a partir de sua história localização.
Até a segunda Guerra Mundial existia a Escola Alemã Altona, que a partir de então passou a se chamar Escola Municipal Machado de Assis. Também foi entre o Stadtplatz e o Bairro de Itoupava Seca que circulou o primeiro ônibus público em Blumenau e em Santa Catarina. A principal rua do Bairro foi aberta em 1860, e batizada somente em 1916 com o nome de Rua São Paulo. Sua pavimentação de paralelepípedo foi concluída em 1960. Esta rua, em toda sua extensão tinha continuidade para leste e oeste efetuava o escoamento para o Alto Vale e para o litoral.
Professor Max Humpl foi professor da Escola Alemã Altona










































Desde os primeiros momentos de Colônia Blumenau, a região era conhecida, por estar na rota e caminhos que seguiam para o interior do Vale do Itajaí.

Para ler mais sobre o Bairro Itoupava seca - Clicar sobre: 


Quase 100 anos depois, em sua terceira tentativa de publicação, segunda a Sra Méri Kramer, uma das organizadoras da publicação, é finalmente publicada a obra do Professor Max Humpl, que contou com a presença de sua bisneta no evento. O livro, de maneira muito clara, foi traduzido pelo Professor Adriano Steffler, mestre em Linguística e pesquisador do idioma Hunsrik. Sr. Steffler comentou que o trabalho de tradução buscou manter o máximo da fidelidade do texto, em alemão original. De acordo com os pesquisadores, foi um trabalho árduo. Foi traduzido primeiramente, do  Sütterlin para o alemão contemporâneo. A escrita Sütterlin foi usada no norte da Alemanha - mais especificamente na região da antiga Prússia - em 1915. Em 1935, foi oficialmente adotada como parte do currículo escolar naquela região. Para quem não foi iniciado na escrita, é praticamente impossível ler e compreender o texto.  

Alfabeto Stütterlin
Depois, o livro foi traduzido do alemão contemporâneo para o português. Todo este processo teve a assessoria do Sr. Johannes Kramer - de nacionalidade alemã - esposo da Sra Méri Kramer.
Casal Kramer e Presidente da Fundação Cultural de Blumenau - Sr. Sylvio Zimmermann - Atrás do Sr. Krammer - o Professor Steffler

O resultado é a disponibilização de uma parte da História de Blumenau que se encontrava acessível somente  para muito poucos, no Arquivo Histórico de Blumenau - agora é público. 
Fazendo uma rápida análise, observamos que o livro disponibiliza muitas questões que preencherão algumas lacunas históricas que se encontravam abertas, transcritas de maneira muito suave a partir da tradução do Professor  Sr.  Steffler. 

O Professor Humpl, inicia seu registro com o seguinte Prefácio...
Professor Max Humpl nasceu na cidade de Munique - Baviera em  1877, onde
 trabalhava como professor desde 1895. migrou para o Brasil em 1912,
 quando em 1913 começou a lecionar na escola Alemã Altona. Na foto da
capa - com a esposa e a filha junto a uma charrete -  meio de transporte
 na época. A filha da filha da menina da foto esteve presente  no

 lançamento do livro
Em um breve espaço de tempo, os moradores da Alemanha e do restante da Europa vivenciaram e tiveram que passar por reviravoltas na forma como ocorria o tráfego, no modo de vida e nos costumes e usos, às quais muito conseguiam se acostumar com dificuldade, os quais muitos aceitaram negativamente e somente obrigados.Os seres humanos viram chegar milhares de invenções por meio da utilização da eletricidade, o tráfego ferroviário, que pouco a pouco se desenvolvia, a bicicleta em todas as suas gradações, o carro, o telégrafo, o telefone, o avião, a substituição em massas das mãos humanas por máquinas, etc., modificando os tempos e eles mesmos.
Quantas modificações trouxeram estes anos aos primeiros colonos imigrados aqui, que haviam descido aos níveis de vida mais primitivos nas cabanas na mata, quase ao nível dos seres humanos da idade da pedra, rodeado por animais selvagens, e quão enorme salto cultural as crianças nascidas aqui nos primeiros ranchos tiveram que acompanhar, crescendo sem os milhares de recursos da experiência contemplativa, da introdução do velho mundo, a fim de entender o desenvolvimento da moderna era atual!Não longe daqui, há uma cabana baixa, sem janelas e envolvida de forma selvagem por árvores da floresta virgem com galhos nodosos, apontando rigidamente em direção ao céu, nos quais se entrelaçam centenas de trepadeiras espinhosas com impenetrável matagal da floresta virgem, unido de forma selvagem, e de lá saúdam o Cômodo cheio de fumaça, onde o fonógrafo toca com um som fanhoso a “Viúva Alegre”; não longe dali ressoa o assobio estridente da locomotiva e, à noite, brilham as lâmpadas elétricas de Blumenau.Se você olha em volta das amplas redondezas do planalto superior do morro do Spitzkopf, o seu olho não encontra nada além de floresta e mais floresta e o silêncio da floresta, da, por assim dizer, infinita floresta sob os pés, que enche vocês com uma suave calma, mas também com uma séria agonia, como se você fosse a única criatura nesta ampla vista.Os valores, habitados por todas as pessoas criativas, com os modernos meios de transporte e com as habitações, perdem-se na floresta e a paisagem se assemelha àquela de inúmeros anos atrás, e é exatamente a mesma de 65 anos atrás, quando os primeiros heróis alemães escolheram Altona para seu futuro lar.Os jovens se importam muito pouco com o passado e conhecem só de forma escassa a história do desenvolvimento de sua terra e de seus pais.Os idosos, cujo número já desapareceu tão criticamente, recentemente ou há muito tempo seguiram o caminho de tudo o que é mortal, e as gerações vindouras lançam u olhar retrospectivo no vazio, no desconhecido, no indeterminado, quando muito ainda rindo das obras visíveis dos antigos, porque elas desconhecem com que dificuldades e sacrifício elas surgiram.Dessa maneira, possa a presente obra – produzida com escrupulosas indagações de cidadãos mais velhos e com louvável cooperação – ser um retrato fiel do surgimento e do desenvolvimento de Altona, da primeira colônia até a sua incorporação a Blumenau, e dar diversas explicações sobre os semelhantes que faleceram ou que ainda vivem. Neste sentido, que o seguinte lema conduza o livro: “Ao velho, a honra - ao Jovem, a instrução! 
Páscoa de 1919. 
Max Humpl  
Momentos do lançamento a partir das imagens...
Abertura com o Coro da FURB - Sob regência do Sr. Euzébio

Autoridades e Equipe que possibilitou a publicação da Obra e familiares - Sentimos falta de alguns que estavam entre o público e que também se fizeram presentes.
Professor Méri Kramer - Uma dar Organizadoras do livro do Professor Max Humpl - no momento de sua fala

Bisneta do autor - Sra. Marisa Steinlein
Sr. Johannes Kramer e a mãe da Sra Méri Kramer - Sra. Frotscher
Grande público marcou presença - Destaque para o Reitor da Furb - Sr. João Natel e Sr. Darlan Schmitt - Bilbioteca da Furb,  




Do Conselho Editorial da FURB - Professor Jorge Gustavo Barbosa de Oliveira - à direita



Revisor Gráfico - Sr. João Paulo Martorano Salvador e esposa


Histórica Empresa Altona - Mecenas na viabilidade econômica do Projeto

Boneco do livro - escrito a mão pelo Sr. Max Humpl

Seção de autógrafos - Sr. João Natel - Reitor da FURB





Sra Méri Kramer com a bisneta do Professor Humpl - Sra. Marisa Steinlein

Sra Méri Kramer presentou as pessoas presentes com sua primeira publicação - neste momento autografando nosso exemplar.


Professor Adriano Steffler - fez a tradução


Familiares do casal Kramer

Familiares do casal Kramer e o Professor Adriano Steffler

 Vídeos
Coral da FURB

Fala da Sra. Kramer
Uma observação - em sua fala, a Sra. Kramer menciona o Professor Humpl como um (estrangeiro) alemão em terras brasileiras. Em 1913, quando chegou em  Blumenau, fundada 63 anos antes por alemães, o que mais tinha na cidade eram imigrantes alemães e filhos de alemães. Portanto estavam em casa. O meio social de Blumenau nesta época, nas proximidades da área central era uma sociedade de práticas culturais alemãs. Seu pontuamento ficou um pouco descontextualizado a partir do recorte de tempo e do espaço a partir da sociedade blumenauense deste período. 

Fala do Sr.Adriano Steffler

KRAMER Crônica do Vilarejo de Itoupava Seca : Altona desde a origem até a incorporação à área urbana de Bluenau / Méri Frotscher Kramer e Johames Kramer (organizadores) –  . Blumenau : Edifurb, 2015. 227 p. : il.

Escrito no ano de 1918 Max Humpl

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Distribuições: Editora da FURB

Esta publicação - Crônica do Vilarejo de Itoupava Seca : Altona desde a origem até a incorporação à área urbana de Blumenau - será de importante valia e contribuição na elaboração de futuras postagens relacionadas à  região do Vale do Itajaí sob questões históricas, culturais e antropológicas.

Em breve mais sobre...


















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