terça-feira, 12 de agosto de 2014

Guildas ou Corporação de Ofícios

Ao efetuarmos pesquisas sobre a Técnica Construtiva Enxaimel, nos deparamos com a expressão GuildasAssociações formadas por artesãos profissionais  e independentes que  surgiram na Baixa Idade Média (Séculos XII ao Século XV) e estavas relacionadas  ao processo de renascimento comercial e urbano. Surgiram para  proteger os interesses de seus associados e manter os privilégios conquistados e geralmente existiam em cidades de mais de  10 mil habitantes. Também tinham as Guildas que não apresentavam a relevância econômica, mas que, tinham caráter religioso, beneficente ou de lazer.





Cada corporação agrupava um determinado ramo de trabalho; por isso era chamada de corporação de ofício. Em cada uma das cidades medievais existiam várias corporações de artesãos, como por exemplo: dos tecelões, dos tintureiros, dos ferreiros, dos carpinteiros, dos ouvires, entalhadores de pedras, pedreiro.   Essas corporações estabeleceram regras para o ingresso na profissão e tinham controle de quantidade e dos preços dos produtos produzidos. Um artesão não poderia fazer um preço maior ou usar material de qualidade inferior ao de seu colega. Isso evitava a concorrência dos membros de mesmo ofício.  A corporação também protegia seus associados proibindo a entrada de produtos similares aos produzidos na cidade em que se atuava.
Os regulamentos da corporação se concentravam em controlar a qualidade e a técnica da manufatura, e para manter seu funcionamento, os trabalhadores associados eram obrigados a pagar uma determinada quantia periodicamente. 
Pode-se afirmar que as Guildas cobriam praticamente todas as atividades profissionais da época. Assim, haviam Guildas de alfaiates, sapateiros, ferreiros, artesãos, comerciantes, artistas plásticos entre várias outras.
Dentro das Guildas, havia uma hierarquia (mestres, oficiais e aprendizes). Logo abaixo do mestre estavam os oficiais ou companheiros, que eram os trabalhadores contratados mediante salário e depois deste, estava o aprendiz, na base da escala, que estava trabalhando com o intuito de aprender o ofício. Como consequência, não eram pagos.
Ao mesmo tempo que os profissionais passam a se organizar nestes grupos, eles vão estabelecendo uma hierarquia em meio à produção artesanal na medida em que surgiam novos profissionais. 

Aqueles que desejavam entrar corporação deveria, ser aceitos como aprendizes pelo Mestre, que detinha  o conhecimento, as ferramentas e fornecia a matéria-prima. Os aprendizes não recebiam salários, geralmente eram parentes e residiam com o mestre. Após o término do aprendizado, o aprendiz tornava-se jornaleiro ou oficial e depois mestre. Entretanto, à medida que se avançava para o fim da Idade Média era mais difícil ao jornaleiro atingir a condição de mestre. 

Estas  corporações atuaram como incentivo para o aumento da produção. Os comerciantes manufatureiros foram obtendo cada vez mais lucros o que gerou um crescente acúmulo de capitais, nas mãos de uma nova classe, que passou a ser denominada de burguesia. 

O surgimento das Guildas significou uma mudança radical no funcionamento da economia europeia, pois, essas associações organizaram e regulamentaram o trabalho, valorizando as atividades manuais e o próprio trabalhador, que passou a gozar de maior proteção. Ao mesmo tempo, o processo produtivo e a oferta de trabalho ficou concentrada nas mãos daqueles que tinham proeminência em meio às suas corporações.

As origens das corporações de ofício são controvertidas, mas as razões para o agrupamento são:
  • Religiosas: desde o século X   existia as confrarias, ou associações profissionais de pessoas para o culto do santo padroeiro e para a caridade recíproca entre seus membros.
  • Econômicas: procuravam garantir o monopólio de determinada atividade.
  • Político-sociais: com a plebe de artesãos tentando se organizar diante do patriciado mercador que detinha o poder na cidade.
As cidades e Vilas que formaram a nação da Alemanha, em 1871, tinham este tipo de associação muito forte em sua cultura local e inserida nas suas práticas e estruturas sociais e econômicas. Tão forte, que nos dias atuais, ainda faz parte de sua tradição e de alguns festejos e práticas, nos quais é lembrada e vivenciado, mesmo que o espaço sócio econômico não seja mais o mesmo de séculos passados, em pleno período medieval. 
Os alemães, sempre consideraram  o estilo gótico - seu estilo nacional. Desde a literatura, capitaneada pelos contos e crônicas dos irmãos Grimm, até estruturação sociais e artes visuais.
Muito destas práticas e cultura, forma trazidas consciente e inconscientemente foram repetidas, algumas vezes sem o conhecimentos de sua origem. Por este motivo, buscamos na pesquisa. Observem a tipologia predominante nas pequenas igreja luteranas do interior, ou mesmo as antigas que já completaram mais de um século, como por exemplo, a igreja do Bairro da cidade de Blumenau - Badenfurt.





Nenhum comentário:

Postar um comentário