domingo, 30 de março de 2014

A origem das festividades da Páscoa

Estamos há muito pouco tempo do domingo de páscoa.. Este ano, a Páscoa será comemorado no dia 20 de abril. Embora, convivamos com os “produtos “ da páscoa,  há algum tempo nas prateleiras de lojas e supermercados da cidade.
Vamos conhecer a origem das festividades da Páscoa. Conhecer o seu significado  e de como surgiu as comemorações alusivas a esta data, dentro da cultura dos antepassados alemães que vieram para a região do Vale do Itajaí e para outras regiões do Brasil e do mundo. Muitos dos descendentes destes, comemoram e repetem a tradição da páscoa dentro do seio de sua família (sem o caráter e aspecto Consumo), como já era praticada na casa do Opa e da Oma, mas não tem conhecimento de sua origem.
Germanos
Por volta de 1800 A.C., existia um povo nômade que vivia próximo ao Mar Báltico - que imigrou para outras regiões da Europa, onde está situado o atual território da Alemanha e partes de países vizinhos deste. Este povo era conhecido com os Germanos. Séculos de História, mais tarde, seus descendentes migraram para outros continentes do planeta.

Jacob Grimm
Os Germanos/Celtas e seus descendentes, cultuavam a natureza e tinham uma mitologia própria (mitologia germânica/céltica), antes da chegada do cristianismo à região pelas mãos dos romanos. Suas festividades, para este período do ano, eram dedicadas à Deusa da Primavera - Ostara. Este fato  fez parte dos estudos de Jacob Grimm – um dos Irmãos Grimm .  Disse ele que o termo “páscoa” – Ostern é uma derivação de Ostara – Deusa Germânica da Primavera. Lembramos que os Irmãos Grimm foram grandes estudiosos da mitologia, crenças e tradições dos povos que ocupam os territórios, onde hoje falam o idioma alemão, principalmente na própria Alemanha, antes da chegadas dos cristãos, que oprimiram, muitos destas práticas, ou mesmo adotaram-nas  adequando-as aos seus rituais e festividades, como por exemplo, a própria páscoa.
A Deusa Ostara
 Prosseguindo...
Estas festividades antigas, geralmente aconteciam durante o equinócio de primavera  - no hemisfério norte. As festividades à deusa Ostara, aconteciam no primeiro dia da primavera. Para este povo o equinócio da primavera tem muita importância, porque marca o retorno do sol – energia máxima da vida e com ligação direta a manutenção da vida, através da colheita do alimento. Acreditavam ser o período do despertar da Terra, com sentimentos de equilíbrio e renovação.
Na mitologia grega, o coelho representava a fertilidade. Ficou conhecido como "coelho da Páscoa" no norte da Alemanha, somente, há cerca de cem anos. Mitologicamente, o coelho é o animal sagrado atribuído tanto à Afrodite, a Deusa do Amor - na mitologia romana, como também, à a Deusa Ostara  - na mitologia germânica.

A região que  há mais tempo a prática da tradição da lenda dos ovos trazidos pelo coelho da Páscoa é, aquela que abrange, atualmente, o sul da Alemanha. Segundo pesquisadores, os registros mais antigos sobre o fato, são do ano de 1678. O pesquisador  Sr. Heidelberg G. F. Von Franckenau, afirma que o a ideia do coelho que trás ovos de Páscoa tenha surgido há mais de 300 anos, na Alsácia (França), no Palatinado e no Alto Reno (Alemanha).
Herr Alois Döring
Na região, naturalmente, coelhos e lebres se multiplicava e se multiplicam na primavera – início da estação, na qual surgiram as festividades da Páscoa ou à Deusa Ostara,  no Hemisfério Norte. Conta-se, através de relatos, que os padrinhos das crianças teriam inventado uma caçada ao coelho, na qual as crianças encontravam os ovos coloridos escondidos nos parques e jardins.



O pesquisador de Bonn  - Sr. Alois Döring diz que um dos símbolos mais conhecidos desta época do ano - o coelho dos ovos - foi uma invenção protestante. De acordo com o pesquisador, tem a ver com as diferenças entre católicos e protestantes, no período.

"Crianças católicas sabiam que na Páscoa poderiam voltar a comer ovos, que durante a Quaresma eram proibidos. Mas como explicar às crianças protestantes por que, de repente, havia tantos ovos na Páscoa?", explica Herr Döring. Ele diz ainda que foi por isso que os protestantes criaram as histórias do coelho que distribuía, de casa em casa, os ovos acumulados durante o período. 
“... o coelho era um símbolo da fertilidade – o que, aliás, não explicava como o animal, na condição de mamífero, tinha tantos ovos.”
O pesquisador, prossegue dizendo que contra os ovos em si, os protestantes não tinham nada. Os ovos para todos, sempre foram tidos como símbolo de vida nova e, assim sendo, da ressurreição de Jesus Cristo. Ele afirma que a tradição de pintar, decorar e presentear os ovos já existia há muito tempo, como já constatamos anteriormente.

Antes de existir  os ovos de chocolate enrolados em papel colorido, existia a tradição de colorir ovos de galinha cozidos, que na Alemanha, ainda existe. Em muitas regiões da Alemanha, não se podia faltar ovos coloridos no café da manhã do sábado ou no domingo de Páscoa. Em Blumenau e região, destino de muitos imigrantes daquele país, ao perguntarmos aos mais antigos, sobre ovos de Páscoa cozidos coloridos, poderão confirmar sua existência em suas páscoas de infância. Presenteavam se entre si, com ovos de galinha cozidos coloridos e decorados. Interessante, que alguns somente lembram, mas não conhecem a origem da tradição e erroneamente contam que sua família era “pobre’ e não tinha dinheiro para comprar ovos de chocolate.
O pesquisador Sr. Alois Döring ainda conta sobre os ovos coloridos, que:
"Antigamente, era comum pintar os ovos apenas de vermelho, para simbolizar tanto a cor do sangue de Cristo quanto a do amor que ele nutria pela humanidade. Isso ainda é assim na Igreja Ortodoxa. E a decoração servia para distinguir os ovos bentos dos não bentos durante a Páscoa."
Fotos de  Annelies Popp - Franken - Baviera - Páscoa 2014















A culinária alemã de Páscoa

Osterzopf -  uma rosca decorativa, na qual, depois de assada, podem ser colocados os ovos cozidos.

Osterlamm - literalmente o cordeiro da Páscoa, mas não se trata de cordeiro assado – tradição judaica – e sim de uma massa assada em fôrmas especiais, em forma de cordeiro. 















Möhrencremesuppe - uma sopa com o legume preferido do coelhinho, a cenoura. 
















Osterbraten - o assado de Páscoa, servido no domingo, que pode ser qualquer tipo de carne, não necessariamente cordeiro. 












Osterfeuer:

Fogueira de Páscoa - Costume cultivado em algumas partes do país, como fazia os povos antigos.  Para a cultura e mitologia germânica, o fogo é o símbolo do sol. No cristianismo a fogueira foi adotado como a chama da fé, tendo em comum,  a idéia da purificação. Na idade média, a "limpeza de Páscoa" na Alemanha começava no pátio da igreja, onde os fiéis juntavam restos de madeira, galhos e as ramagens secas que sobravam do Domingo de Ramos e queimavam em uma grande fogueira na noite de sábado para domingo. 
Osterkerze

Durante o Osterfeuer é acesa a Osterkerze- a vela da Páscoa que é levada para a igreja, que está às escuras, em procissão por todos da comunidade. Neste momento, os fiéis cantam três vezes a canção Lumen   Christi, a luz de Cristo. Na Vestfália e no norte de Hessen são praticados rituais dos povos antigos, portanto pagãos até os dias atuais. Grandes rodas de carvalho, com 1,70 m de diâmetro e mais de 20 cm de espessura, desfilam pela cidade, transportadas em carros de feno. Após o desfile, são levadas para o alto de um monte e às 21 horas do sábado, são incendiadas e rolam montanha abaixo.



Vídeos interessantes - Decoração de ovos - Locais onde esta tradição tem origem.














 

O melhor da festa é sempre seu preparativo!
A união familiar envolto de harmonia, paz e amor ...Feliz Páscoa a todos e que a simbologia de todos os tempos, no que tange a sua essência maior, se faça presente em todos os lares – a renovação do bem... A nova chance.




Nenhum comentário:

Postar um comentário