segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Hercílio Arthur Oscar Deeke

Hercílio Arthur Oscar Deeke foi o 4° filho, de cinco, do Engenheiro Agrimensor  José Deeke  e de Emma Rischbieter Deeke. Seu pai, mudou-se para a Colônia Hammonia no ano de 1904, quando foi contratado para ser o Engenheiro Chefe da Colonizadora Hanseática e em 1909, no ano da inauguração da Estrada de Ferro Santa Catarina, foi nomeado Diretor desta Colônia. No ano seguinte, em 1910, nasceu Hercílio, em 15 de julho. Estudou a primeira parte de sua formação em sua cidade natal, Blumenau. 
Fonte: Arquivo Histórico de Ibirama
O Secundário, Hercílio Deeke estudou na cidade de Blumenau, no Colégio Santo Antônio. A  faculdade, no Rio de Janeiro - capital do Brasil, onde se formou Contador
Corpo Docente do Colégio Santo Antônio de Blumenau em 1939
 - Prováveis professores do Sr. Hercílio Deeke - Foto: Clip RBS.
Logo após ser formado, trabalhou na Caixa Agrícola de Blumenau (depois Banco Agrícola e Comercial de Blumenau de 1930 à 1942), como Chefe de seção, Sub-Contador, Contador e Diretor-Gerente.
Só para explicar um pouco sobre esta parte da História de Blumenau, Banco Agrícola Comercial foi o embrião para criar o primeiro Banco do Estado de Santa Catarina - Caixa Econômica de Empréstimos. Surgiu em função da construção da ferrovia EFSC.
Igreja Católica Centro e o Colégio Santo Antônio ao lado - Blumenau.
A Caixa Econômica de Empréstimos – primeira instituição bancária no Estado de Santa Catarina – surgiu para guardar o capital excedente da produção dos colonos organizados sob o Sindicato Agrícola de Blumenau, que o faziam, até então, nas “Vendas”, conhecidas casas comerciais. 

Além da exploração mercantil, os comerciantes absorviam a poupança local, os depósitos dos habitantes, sendo conhecida a inexistência de bancos. As pessoas em situação financeira mais cômoda e em condições de poupar depositavam o dinheiro em algumas casas comerciais, que subtraiam certa taxa de juros pelo dinheiro guardado. Entretanto, este dinheiro disperso, recolhido e acumulado não sendo suficiente para impulsionar o processo industrial, foi necessário a exploração dos trabalhadores, ou seja, no lugar de um salário como forma de pagamento pelo trabalho, muito freqüentemente, os trabalhadores percebiam a importância correspondente a seu trabalho em forma de mercadorias, provenientes da casa de comércio pertencente ao patrão.
[...] a utilização do capital local acumulado e a exploração da força de trabalho não sendo ainda suficientes, os empresários precisam solicitar empréstimos aos bancos alemães e brasileiros. E, neste aspecto – a busca de capitais, de tecnologias e outros recursos – os empresários locais sempre se mantiveram ligados à Alemanha. (VIDOR, 1995 p. 51)
Blumenau  - 1906.
Historicamente, em 1º de setembro de 1907, os sócios do Volksverein (Sociedade Popular) aprovaram a fundação de um sindicato agrícola, com o objetivo principal de criar uma Caixa Econômica de Empréstimos, oficializada no dia 27 de outubro de 1907. O fato foi propagado por meio de um folheto anexado ao jornal Urwaldsbote, de agosto de 1907, anunciando o evento. Essa Caixa Econômica iniciou seus trabalhos em janeiro de 1908.
 Bruno Hering.
É curioso que essa instituição financeira propagava ao seu público-alvo, os colonos, as vantagens e a necessidade de poupar, sob o argumento de ser uma sociedade popular, embora tivesse sido fundada por um grupo de pessoas entre as quais representantes da ACIB, que, por sua vez, estavam envolvidos com a construção da EFSC e precisavam de capital para viabilizá-la. A iniciativa foi liderada por Bruno Hering, Alwin Scharader e Eugen Fouquet (jornalista), João Hennings (trabalhava na Fecularia Lorenz), Guilherme Weise, Otto Hildelmeyer (professor de ginástica). 

Empolgado com o sucesso da Caixa Econômica de Empréstimos, o comerciante membro da ACIB e prefeito de Blumenau, Alwin Schrader, passou também a gerenciar a Caixa Auxiliadora Agrícola Ltda., que aceitava depósitos para poupança a partir de três mil réis, pagando 4% ao ano de juros. A atividade financeira passou a fazer parte do cotidiano de Blumenau.
A construção da EFSC “fez” surgir a captação de capital junto à base da estrutura social da região, que era formada principalmente de colonos.
Trem da EFSC - nas primeiras décadas de existência.
Em 1943, a Caixa Econômica de Empréstimos foi encampado pelo Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina, e Hercílio Deeke continuou ocupando o cargo de Gerente da filial de Blumenau, depois como Diretor Adjunto - entre 1945 e 1963 e Diretor Presidente a partir de 1963 até 1968, quando se aposentou. 
Acervo Bruno Kadletz

 Hercílio Deeke participou da Diretoria de A. Pátria Companhia Brasileira de Seguros Gerais. Foi Diretor-Presidente da Companhia Melhoramentos de Blumenau (De 1958 à 1965), no período que esta empresa construiu o Grande Hotel, inaugurado em dezembro de 1962.
Hotel Holetz - Demolido para da espaço para a construção do 
Grande Hotel.
Grande Hotel - Projeto do Arquiteto Hans Broos - Primeiro Edifício alto da cidade de Blumenau, construído no terreno do Hotel Holetz.
Hercílio Deeke  foi militante e Presidente do Diretório Municipal de Blumenau da União Democrática Nacional -UDN (1951/1952 e 1960/1961) e político atuante na cidade. Depois continuou filiado ao partido da Aliança Renovadora Nacional - ARENA.
Em 1947 foi eleito para uma vaga da Câmara de Vereadores de Blumenau (1947/1951) - seu primeiro cargo político. Depois foi eleito Prefeito Municipal, em 1951, com mandato até 1956. Antes de terminar o mandato, foi eleito para um vaga à Câmara de Deputados (1955/1958). Licenciou-se do mandato em 1956, para ocupar o cargo de Secretário de Estado da Fazenda de 1956 até 30 de junho de 1960. No ano seguinte foi eleito para mais um mandato de Prefeito Municipal de Blumenau (1961/1966).
Sua atividades em grupos culturais e sociais foram igualmente intensas. Em 1956 foi Presidente da Comissão Central executiva dos Festejos do Centenário de Blumenau. durante muitos anos foi Presidente da Sociedade Amigos de Blumenau, a qual fundou no ano de 1951, para administrar o Patrimônio Histórico de Blumenau. Não compreendemos sua iniciativa em permitir a demolição do Hotel Holetz, mais ou menos neste período. Em 1972 esta sociedade foi "transformada" em Fundação "Casa Dr. Blumenau". Foi sócio fundador do Rotary Clube Blumenau, no qual fez parte do quadro social de 1942 até 1955. Membro do conselho Deliberativo da TV Coligadas de Santa Catarina - a primeira Televisão do estado de Santa Catarina, entre 1936 até 1954.
Durante sua administração, a cidade de Blumenau recebeu revitalizações no que tange os espaços públicos a partir de obras urbanísticas  de grande escala, como: a retificação e calçamento da Rua 7 de Setembro, construção da Ponte Adolfo Konder. Como o pai, nutria grande amor pela cidade de Blumenau e por sua história, o qual sempre foi acompanhado, de muito perto, por seu filho Niels Deeke, que sempre esteve ao seu lado, acompanhou-no, desde garoto.
Niels Deeke em 2007.
Hercílio Deeke e Namy Deeke tiveram dois filhosNiels e Vera.
Partiu  no dia 19 de setembro de 1977, com 67 anos, deixando para a história, um "rastro" de realizações.
Muitos equipamentos urbanos e de infraestruturas em Blumenau e, em outros municípios renderam-no homenagens através do uso de seu nome, como por Exemplo: Ponte Hercílio Deeke (Gaspar) e E.E.B. Hercílio Deeke, entre outros.
Ponte Hercílio Deeke - Gaspar.
Terminal rodoviário de Passageiros Hercílio Deeke - Blumenau.

E.E.B. Hercílio Deeke - Blumenau.
Niels Deeke  nutria grande carinho pela memória de seu pai, e todo a obra que deixou, bem com como, pela  História de Blumenau.

VIDOR, Vilmar. Indústria e urbanização no nordeste de Santa Catarina. Blumenau: Ed. da FURB, 1995. 248p, il.

Escreveu nas páginas da História de Blumenau,...
Mesmo depois que partiu, através de seu filho Niels Deeke.

A Blumenau da década de 1930 - período que terminava os estudos no Colégio Santo Antônio - Acervo Família Haas.


Leituras Complementares - Clicar sobre o título escolhido:






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